sábado, 25 de setembro de 2010
GRAVIDEZ ECTÓPICA
A gravidez ectópica, ou tubária, caracteriza-se por uma gestação que ocorre fora da cavidade uterina. Em uma a cada 300 gestações pode ocorrer uma gravidez tubária e não é raro ocorrer aborto espontâneo entre dois e três meses após a fecundação.
Pode ser por conseqüência de eventos inflamatórios ou anomalias nas trompas e/ou útero, sendo mais frequênte a ocorrência nesta primeira região citada. O uso de determinados fármacos, de DIU e drogas; curetagens; laqueadura; endometriose; idade da gestante; e doenças, como clamídia, são os principais fatores que podem criar tais condições alem de:
• Fatores mecânicos, como as causas inflamatórias e suas conseqüências, os tumores ou anormalidades do desenvolvimento das trompas e as cirurgias sobre as trompas;
• Fatores funcionais, que agem diminuindo a motilidade das trompas. Incluem o fumo;
• O próprio processo de envelhecimento e drogas hormonais como as indutoras da ovulação e a progesterona usada em mini-pílulas, a pílula do dia seguinte e o DIU contendo progesterona.
Como se desenvolve?
A grande maioria das gestações ectópicas ocorre nas trompas. Na maior parte das vezes se localiza nas porções distais, principalmente na ampola.
A gravidez ectópica geralmente sofre interrupção (ruptura) entre 6 e 12 semanas, dependendo do local onde está implantada, sendo tanto mais precoce quanto menor o calibre da luz tubária do segmento em que estiver implantada.
Diagnóstico
A gravidez ectópica pode representar uma emergência cirúrgica, portanto seu diagnóstico precoce é essencial. Na gravidez ectópica não interrompida, a paciente pode não ter sintomas ou ter sintomas mínimos.
Alguns exames podem ser realizados para diferenciar a gestação ectópica de outras doenças, tais como ameaça de aborto, gestação normal, infecções das trompas, apendicite, cisto de ovário torcido.
Os exames comumente solicitados são testes para confirmar a gravidez, exames de sangue para determinar a perda sanguínea e a presença de infecção e a ecografia pélvica transvaginal.
Podem ser necessários outros exames como a punção do fundo de saco vaginal com agulha grossa para determinar a presença de sangue dentro da cavidade abdominal e a realização de uma laparoscopia diagnóstica.
Os principais sinais e sintomas são:
• Atraso menstrual seguida por sangramento vaginal anormal
• Dor pélvica ou abdominal de intensidade variável
• Presença de massa palpável dolorosa em região abdominal foco dos anexos (trompas e ovários).
Quando ocorre ruptura da gravidez ectópica, há uma hemorragia importante para dentro da cavidade abdominal, com a ocorrência de dor abdominal de intensidade variável, de tonturas, dor no pescoço, ombro e desmaio.
Tratamento
O tratamento pode ser expectante naqueles casos onde a gravidez ectópica se localiza na trompa e ainda não rompeu, mede menos de 4 cm, não se constata a presença de batimentos cardíacos fetais e os níveis hormonais estão diminuindo.
O tratamento cirúrgico, que em alguns casos pode ser conservador, preserva a trompa e geralmente é realizado por laparoscopia, sendo a laparotomia uma medida muitas vezes salvadora em uma paciente com comprometimento hemodinânico (porque já houve sangramento importante para dentro da cavidade abdominal - sangramento oculto).
Prevenção
A prevenção da gravidez ectópica inclui fundamentalmente o tratamento das doenças sexualmente transmissíveis, o uso de métodos anticoncepcionais adequados e a prática de sexo seguro.
SAÚDE NO FOCO
domingo, 19 de setembro de 2010
Pré-eclâmpsia
Durante o período de reprodução, a mulher grávida esta sujeita a uma série de riscos a afecções inerentes à condição gravídica. Dentre essas afecções a pré-eclâmpsia têm sido uma das mais sérias e mais comuns da gravidez.
A pré-eclâmpsia é um problema grave, marcado pela elevação da pressão arterial, que pode acontecer a qualquer momento da segunda metade da gravidez, ou seja, a partir de 20 semanas. Os especialistas acreditam que ele seja causado por deficiências na placenta, o órgão que nutre o bebê dentro do útero. A pré-eclâmpsia afeta uma em cada 14 gestações.
Se a pressão da grávida subir muito, é possível que necessite de ser internada e receba medicamentos para controlar a pressão (que não prejudicarão o bebê). O bebê também será monitorado, e a qualquer sinal de que ele não está crescendo como deveria ou que o volume de líquido amniótico esteja diminuindo, ou ainda se o seu estado piorar, o médico vai sugerir a realização do parto, mesmo que antes da hora, por cesariana ou indução do parto normal.
Sintomas
• Dor de cabeça persistente
• Dor do lado direito (sob as costelas)
• Visão embaçada
• Inchaço repentino dos pés e das mãos
• Vômitos
• Perturbações digestivas e nervosas
• Pré-eclâmpsia leve
Pressão sistólica – 140 mmHg ou aumento de 30 mmHg
Pressão diastólica – 90 mmHg ou aumento de 15 mmHg
• Pré-eclâmpsia grave
Pressão sistólica – 160 mmHg
Pressão diastólica – 120 mmHg
Há pessoas mais propensas à Pré-eclâmpsia
Embora a causa exata da pré-eclâmpsia não seja conhecida, já foram definidos fatores de risco. A probabilidade é maior na primeira gravidez ou quando há um espaço de pelo menos dez anos entre duas gestações. Também elevam o risco:
• Idade acima de 40 anos
• Obesidade antes da gravidez, com um IMC de 35 ou mais
• Problema crônico de saúde que afete o sistema circulatório, como hipertensão, lúpus, problemas renais ou diabete
• Gravidez de gêmeos ou mais
• Histórico familiar de pré-eclâmpsia (a mãe ou a irmã tiveram)
• Diagnóstico anterior de pré-eclâmpsia -- uma em cada cinco mulheres apresenta o problema de novo
• Se o parceiro for diferente entre uma gravidez e outra, a mulher volta a ter risco como se fosse uma primeira gestação, mesmo que não tenha apresentado pré-eclâmpsia.
Riscos
A pré-eclâmpsia pode ser leve ou grave, e pode afetar vários sistemas do corpo. Como ela reduz o fluxo de sangue para a placenta, é perigosa para o bebê, restringindo o crescimento dele. Além disso, se a pré-eclâmpsia evoluir para a eclâmpsia, a pressão arterial subirá demais, colocando tanto mãe quanto o bebê em grande risco. A ocorrência também fica mais restrita a primeira gravidez e, embora a gestante possa desenvolver a pré-eclâmpsia mesmo que nunca tenha tido problemas de hipertensão antes, sendo maior risco se já tinha problemas de pressão alta antes da gravidez ou se há casos em sua família.
Prevenção
A pré-eclâmpsia é relativamente rara e embora não há exatamente como se prevenir, o que a gestante pode fazer é assegurar que estar tendo bons cuidados pré-natais para detectar o problema ainda nos primeiros estágios e receber um tratamento. Sendo que os testes de urina e de pressão ao longo da gravidez é para detectar problemas como este.
Tratamento
Leva-se em consideração a idade gestacional (tempo de gestação) e a gravidade da pré-eclâmpsia (leve, grave) para que se escolha a conduta mais adequada. O tratamento definitivo é a interrupção da gestação, entretanto algumas vezes é possível aguardarmos o amadurecimento do feto para realizar o parto.
• Pré-eclâmpsia leve com feto a termo:
Interrupção da gestação e indução do parto, se possível
• Pré-eclâmpsia leve com feto prematuro:
Repouso, controle de pressão arterial, avaliação fetal e exames seriados visando identificação da piora do quadro.
• Pré-eclâmpsia grave com feto a termo:
Equilibrar condições maternas, se necessário e após interromper a gestação.
• Pré-eclâmpsia grave com feto prematuro:
Avaliação materna e do bem estar fetal seriada, uso de corticosteróides para ajudar o amadurecimento do pulmão fetal e interromper a gestação.
A única “cura” para a pré-eclâmpsia é o nascimento do bebê.
Depois que o bebê nascer
Depois do parto, a pressão arterial normalmente volta ao normal, mas pode ser que leve semanas para isso acontecer, e o inchaço nas mãos e nos pés também pode permanecer por algum tempo. Nas primeiras 48 horas depois do parto a pressão da paciente será monitorada de perto, e será preciso dar atenção à questão da pressão por algum tempo depois que a mesma for para casa.
Ações de enfermagem
A assistência de enfermagem à mulher em pré-eclâmpsia pode ocorrer em vários momentos. Em primeiro lugar deve-se atentar para a prevenção da doença, momento que ocorre durante o pré-natal da gestante. Para Kahhale e Zugaib (1995) a prevenção deve ser entendida em três momentos: prevenção primária onde se prioriza a ocorrência da doença; prevenção secundária, quando todos os esforços são dirigidos para reverter, cessar ou retardar o aparecimento clínico da pré-eclâmpsia; ainda, é considerada prevenção terciária para tratamento da doença instalada, visando evitar sua evolução para as formas mais graves e suas complicações.
A pré-eclâmpsia devidamente tratada quase sempre pode ser controlada a fim de não progredir para convulsão. A assistência a gestante tem grande responsabilidade quanto ao prévio reconhecimento e tratamento dos sintomas como também as instruções às pacientes em relação aos sinais e sintomas presentes que devem ser imediatamente informados.
Elaborado pelos alunos do CETEC-Linhares, gentilmente cedido para o SAÚDE NO FOCO.
ALEXANDRA DE JESUS SILVA
MARCO ANTÔNIO SCHIMILT
PRISCYLA AMORIM MIRANDA
RHIENNE KELLER SCHULZ SILVA
ROSIANE COLODETTI
VINICIUS RODRIGUES FERREIRA FERRETTI
VALKIRIA CESTARI
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