segunda-feira, 1 de novembro de 2010


MENORRAGIA ou PERÍODOS DE SANGRAMENTO ABUNDANTES
ou HEMORRAGIA MENSTRUAL EXCESSIVA

Prezados por solicitação de algumas colegas fiz esta pesquisa para fornecer informações sobre esse assunto tão complexo e desagradável que embora considerado inconveniente por algumas mulheres, não deve causar-lhes transtornos de ordem orgânica. Porém às vezes ocorrem alguns distúrbios com sintomas variados, que requerem atenção imediata.

Definição de “menorragia”

A menorragia é o tipo mais comum de hemorragia uterina anómala. Caracteriza-se por hemorragia excessiva e prolongada.
Como a quantidade de sangue que se perde durante um período menstrual varia de mulher para mulher, é difícil definir exactamente o que é um período abundante. Mas a maioria das mulheres geralmente sabe a quantidade de sangue que é normal perder durante a menstruação e quando essa quantidade é excessiva.

Por exemplo, quando é necessário utilizar um número demasiado elevado de tampões ou pensos higiénicos, ou quando se mancha de sangue a roupa ou os lençóis, pode tratar-se de uma perda de sangue excessiva durante a menstruação. Ou mais concretamente: a perda de sangue média num ciclo menstrual normal é aproximadamente 2 a 3 colheres de sopa (30-40 ml) durante cinco dias, mas pode prolongar-se até 8 dias, considerando-se que 5-6 colheres de sopa (aproximadamente 80 ml) ou mais podem indicar menorragia. A maior parte da perda de sangue (90%) ocorre geralmente nos primeiros 3 dias dos períodos normais ou abundantes.
Uma hemorragia menstrual intensa não significa necessariamente a existência de um problema sério, mas em certos casos pode ser tão abundante e contínua que perturba as actividades diárias.
Outros tipos de hemorragia uterina anómala incluem:
  • Metrorragia: hemorragia não menstrual irregular entre os períodos menstruais
  • Polimenorreia: períodos menstruais demasiado frequentes
  • Hemorragia pós-menopausa: hemorragia que ocorre mais de 6 meses após o último período menstrual normal na menopausa.

Frequência da menorragia

A menorragia é uma queixa comum:
  • uma em cada três mulheres descreve os seus períodos como abundantes
  • uma em cada vinte mulheres entre os 30 e os 49 anos consulta o médico uma vez por ano devido a períodos abundantes e problemas menstruais
  • É a segunda patologia ginecológica mais referenciada para os hospitais, representando 12% de todos casos ginecológicos.

Sintomas da menorragia

Os sinais e sintomas de menorragia podem ser os seguintes:
  • um ou mais tampões ou pensos higiénicos encharcados de sangue menstrual por hora durante várias horas consecutivas
  • Necessidade de usar pensos e tampões para absorver o fluxo menstrual
  • Necessidade de mudar de protecção higiénica durante a noite
  • Períodos menstruais superiores a sete dias
  • Grandes coágulos de sangue no fluxo menstrual
  • Dores e/ou cólicas na região inferior do abdómen durante os períodos menstruais
  • Fadiga, dificuldade de respiração e desfalecimento acompanhados de anemia por carência de ferro

Diagnóstico de menorragia

Se os períodos menstruais forem considerados anómalos e perturbarem a qualidade de vida, é aconselhável consultar um médico. Após indagar sobre o estado geral de saúde, a história clínica e a ocorrência dos sintomas acima descritos, o médico faz um exame físico para detectar pólipos ou dilatação do útero. Pode recomendar um ou mais testes ou procedimentos como:
  • Análises de sangue: colhe-se uma amostra de sangue para detectar uma possível anemia causada pela hemorragia excessiva, uma doença da tiróide, uma anomalia da coagulação sanguínea ou menopausa.
  • Teste de Papanicolaou: colhe-se uma amostra de células do colo do útero e examina-se ao microscópio para detectar infecção, inflamação ou alterações que sejam cancerosas ou conduzam ao cancro.
  • Colheita de amostras do endométrio (biópsia): colhe-se uma pequena amostra de tecido do interior do útero para exame ao microscópio e detecção da presença de células anómalas.
  • Ecografia: este método produz imagens do útero, dos ovários e da pélvis e normalmente consegue detectar miomas (tumores não cancerosos), pólipos (tumores benignos) e outras alterações estruturais do útero.
Dependendo dos resultados dos testes acima mencionados, podem ser realizados mais testes, incluindo:
  • Sonohisterografia: após injecção de líquido no útero com um tubo através da vagina e do colo do útero, esta ecografia permite detectar problemas no revestimento uterino como miomas ou pólipos no interior do útero e algumas formas de cancro.
  • Histeroscopia: Consiste na introdução de um pequeno tubo com uma luz no útero através da vagina e do colo do útero para observar o interior do útero.
  • Dilatação e curetagem: dilata-se o colo do útero e introduz-se no útero um instrumento em forma de colher chamado curete para raspar uma amostra de tecido do revestimento uterino que será examinada em laboratório. Este procedimento realiza-se sob anestesia e hoje em dia é muito menos utilizado porque regra geral os testes acima mencionados são suficientes.

Causas da menorragia

  • Dispositivos intrauterinos para controlo da natalidade.
  • Desequilíbrio hormonal dos níveis de estrogénio e progesterona. Estas duas hormonas regulam o crescimento do revestimento uterino que se elimina durante a menstruação. Em caso de desequilíbrio, o revestimento desenvolve-se excessivamente e pode ser expelido sob a forma de uma hemorragia menstrual abundante. Este desequilíbrio ocorre principalmente nos primeiros períodos menstruais das adolescentes e nos das mulheres que se aproximam da menopausa.
  • Disfunção dos ovários como falta de ovulação. Pode causar desequilíbrio hormonal e, consequentemente, períodos abundantes.
  • Elevados níveis de prostaglandinas (substâncias químicas que ajudam a controlar as contracções musculares no útero). Podem afectar a coagulação do sangue no útero.
  • Elevados níveis de endotelinas (substâncias químicas que ajudam os vasos sanguíneos a dilatar). Podem contribuir para hemorragia excessiva.
  • Endometriose. Ocorre quando o revestimento do útero se liga à pélvis, ao estômago ou a outros órgãos do corpo.
  • Doença inflamatória pélvica. E uma infecção contínua da pélvis.
  • Fibromas uterinos (tumores não cancerosos que se desenvolvem nos músculos do útero). Podem causar períodos abundantes ou mais prolongados.
  • Gravidez anormal (ectópica, aborto espontâneo)
  • Infecções, tumores ou pólipos do colo ou cavidade uterina.
  • Distúrbios da coagulação ou das plaquetas sanguíneas.
  • Doença hepática, renal ou tiroidiana.
  • Doença ovariana policística.
  • Doenças supra-renais e hiperprolactinemia (níveis sanguíneos aumentados da hormona prolactina)
  • Cancro do útero, dos ovários ou do colo do útero. É uma causa pouco comum, que ocorre num pequeno número de mulheres, normalmente a partir dos 40 anos de idade.
  • Tuberculose do revestimento uterino.
  • Quimioterapia para o tratamento do cancro.
  • Alguns fármacos (como os anticoagulantes ou alguns anti-inflamatórios não esteróides). Podem interferir com a coagulação sanguínea.
  • Mulheres obesas. Têm maior probabilidade de menstruações abundantes do que as de peso médio.

Complicações da menorragia

Anemia por carência de ferro em mais de 50% das mulheres que têm hemorragias excessivas. O sangue apresenta-se com um baixo nível de hemoglobina, uma substância que permite aos glóbulos vermelhos transportar oxigénio para os tecidos. O nível baixo de hemoglobina pode resultar da carência de ferro, já que a menorragia reduz drasticamente os níveis de ferro, com sinais e sintomas de palidez, debilidade e fadiga e, nos casos graves, dificuldades respiratórias, aceleração da frequência cardíaca, tonturas e cefaleias.

Tratamento da menorragia

Um diário menstrual durante alguns períodos pode ser útil para avaliar a quantidade de sangue menstrual antes e depois de qualquer tratamento, registando durante cada período quantos tampões ou pensos higiénicos são necessários por dia e o número de dias de hemorragia. A ocorrência de fluxos excessivos, sintomas ou interrupção das actividades normais também deve ser anotada. Estes diários podem ser disponibilizados pelo médico ou “feitos em casa”. São úteis tanto para a doente como para o médico na medida em que permitem avaliar a gravidade dos sintomas e se é necessário tratamento, bem como verificar, se for iniciada uma terapêutica, se esta é eficaz.
Tratamento conservador
  • Medidas de carácter geral
    • Repouso, se a hemorragia for excessiva e perturbar as actividades diárias normais.
    • Evitar fármacos que interfiram com a coagulação sanguínea (anticoagulantes e alguns anti-inflamatórios não esteróides).
  • Medidas terapêuticas
    • Tratamentos orais
      • Os fármacos anti-hemorrágicos ou hemostáticos de origem sintética reduzem o volume e a duração da perda de sangue menstrual excessiva, actuando na primeira fase da hemostase e melhorando a adesividade plaquetária e restabelecendo a resistência capilar, mas sem interferirem com a coagulação sanguínea
      • Os anti-inflamatórios não esteróides ajudam a reduzir a perda de sangue menstrual e aliviam as cólicas dolorosas ao diminuir a produção, pelo corpo, da substância hormonal prostaglandina que causa hemorragia excessiva, mas como alguns deles podem interferir com a coagulação sanguínea, só devem ser tomados os que forem prescritos pelo médico.
      • Os fármacos anti-fibrinolíticos reduzem a hemorragia ao prevenirem a fibrinólise e, portanto, a decomposição de coágulos de sangue no revestimento uterino.
      • Os contraceptivos impedem a ovulação e reduzem a hemorragia menstrual excessiva ou prolongada.
      • A progesterona ajuda a corrigir o desequilíbrio hormonal e a reduzir a hemorragia menstrual excessiva ao prevenir o crescimento rápido do revestimento uterino
      • Se o quadro patológico for acompanhado de anemia, recomendam-se suplementos de ferro.
    • Tratamentos tópicos
      • Dispositivo intra-uterino que liberta levonorgestrel : insere-se no útero um pequeno dispositivo de plástico que liberta lentamente a hormona progestogénio. Esta impede que o revestimento do útero se desenvolva rapidamente e também actua como contraceptivo
    • Tratamentos injectados ou implantados
      • Progestogénio: Este fármaco, que actua como uma hormona, administrado em injecção ou implante impede o desenvolvimento rápido do revestimento uterino e também tem acção contraceptiva.
      • Hormona análoga que liberta gonadotrofina: é injectada para impedir a produção das hormonas estrogénio e progesterona pelo corpo e a ocorrência do ciclo menstrual.
Terapêutica de intervenção
  • Dilatação e curetagem: dilata-se o colo do útero e introduz-se no útero um instrumento em forma de colher, chamado curete, para raspar tecido do revestimento uterino e reduzir a hemorragia menstrual.
  • Histeroscopia cirúrgica: insere-se no útero um pequeno tubo com uma luz através da vagina e do colo do útero para observar o interior do útero e ajudar a remover os pólipos responsáveis pela hemorragia menstrual excessiva.
  • Ablação endometrial: a maior parte do revestimento (endométrio) do útero é destruída por energia ultrassónica. Diminui a capacidade de engravidar.
  • Resecção do endométrio: utiliza-se um laço de arame electrocirúrgico para remover o revestimento (endométrio) do útero. Diminui a capacidade de engravidar
  • Histerectomia: O útero e o colo do útero são removidos permanentemente por cirurgia. Depois deste procedimento não é possível engravidar.
SAÚDE NO FOCO

sábado, 25 de setembro de 2010

GRAVIDEZ ECTÓPICA


A gravidez ectópica, ou tubária, caracteriza-se por uma gestação que ocorre fora da cavidade uterina. Em uma a cada 300 gestações pode ocorrer uma gravidez tubária e não é raro ocorrer aborto espontâneo entre dois e três meses após a fecundação.
Pode ser por conseqüência de eventos inflamatórios ou anomalias nas trompas e/ou útero, sendo mais frequênte a ocorrência nesta primeira região citada. O uso de determinados fármacos, de DIU e drogas; curetagens; laqueadura; endometriose; idade da gestante; e doenças, como clamídia, são os principais fatores que podem criar tais condições alem de:

• Fatores mecânicos, como as causas inflamatórias e suas conseqüências, os tumores ou anormalidades do desenvolvimento das trompas e as cirurgias sobre as trompas;
• Fatores funcionais, que agem diminuindo a motilidade das trompas. Incluem o fumo;
• O próprio processo de envelhecimento e drogas hormonais como as indutoras da ovulação e a progesterona usada em mini-pílulas, a pílula do dia seguinte e o DIU contendo progesterona.



Como se desenvolve?
A grande maioria das gestações ectópicas ocorre nas trompas. Na maior parte das vezes se localiza nas porções distais, principalmente na ampola.
A gravidez ectópica geralmente sofre interrupção (ruptura) entre 6 e 12 semanas, dependendo do local onde está implantada, sendo tanto mais precoce quanto menor o calibre da luz tubária do segmento em que estiver implantada.

Diagnóstico
A gravidez ectópica pode representar uma emergência cirúrgica, portanto seu diagnóstico precoce é essencial. Na gravidez ectópica não interrompida, a paciente pode não ter sintomas ou ter sintomas mínimos.
Alguns exames podem ser realizados para diferenciar a gestação ectópica de outras doenças, tais como ameaça de aborto, gestação normal, infecções das trompas, apendicite, cisto de ovário torcido.
Os exames comumente solicitados são testes para confirmar a gravidez, exames de sangue para determinar a perda sanguínea e a presença de infecção e a ecografia pélvica transvaginal.
Podem ser necessários outros exames como a punção do fundo de saco vaginal com agulha grossa para determinar a presença de sangue dentro da cavidade abdominal e a realização de uma laparoscopia diagnóstica.
Os principais sinais e sintomas são:

• Atraso menstrual seguida por sangramento vaginal anormal
• Dor pélvica ou abdominal de intensidade variável
• Presença de massa palpável dolorosa em região abdominal foco dos anexos (trompas e ovários).

Quando ocorre ruptura da gravidez ectópica, há uma hemorragia importante para dentro da cavidade abdominal, com a ocorrência de dor abdominal de intensidade variável, de tonturas, dor no pescoço, ombro e desmaio.

Tratamento
O tratamento pode ser expectante naqueles casos onde a gravidez ectópica se localiza na trompa e ainda não rompeu, mede menos de 4 cm, não se constata a presença de batimentos cardíacos fetais e os níveis hormonais estão diminuindo.
O tratamento cirúrgico, que em alguns casos pode ser conservador, preserva a trompa e geralmente é realizado por laparoscopia, sendo a laparotomia uma medida muitas vezes salvadora em uma paciente com comprometimento hemodinânico (porque já houve sangramento importante para dentro da cavidade abdominal - sangramento oculto).

Prevenção
A prevenção da gravidez ectópica inclui fundamentalmente o tratamento das doenças sexualmente transmissíveis, o uso de métodos anticoncepcionais adequados e a prática de sexo seguro.
SAÚDE NO FOCO

domingo, 19 de setembro de 2010

Pré-eclâmpsia


Durante o período de reprodução, a mulher grávida esta sujeita a uma série de riscos a afecções inerentes à condição gravídica. Dentre essas afecções a pré-eclâmpsia têm sido uma das mais sérias e mais comuns da gravidez.
A pré-eclâmpsia é um problema grave, marcado pela elevação da pressão arterial, que pode acontecer a qualquer momento da segunda metade da gravidez, ou seja, a partir de 20 semanas. Os especialistas acreditam que ele seja causado por deficiências na placenta, o órgão que nutre o bebê dentro do útero. A pré-eclâmpsia afeta uma em cada 14 gestações.
Se a pressão da grávida subir muito, é possível que necessite de ser internada e receba medicamentos para controlar a pressão (que não prejudicarão o bebê). O bebê também será monitorado, e a qualquer sinal de que ele não está crescendo como deveria ou que o volume de líquido amniótico esteja diminuindo, ou ainda se o seu estado piorar, o médico vai sugerir a realização do parto, mesmo que antes da hora, por cesariana ou indução do parto normal.

Sintomas

• Dor de cabeça persistente
• Dor do lado direito (sob as costelas)
• Visão embaçada
• Inchaço repentino dos pés e das mãos
• Vômitos
• Perturbações digestivas e nervosas

• Pré-eclâmpsia leve
Pressão sistólica – 140 mmHg ou aumento de 30 mmHg
Pressão diastólica – 90 mmHg ou aumento de 15 mmHg

• Pré-eclâmpsia grave
Pressão sistólica – 160 mmHg
Pressão diastólica – 120 mmHg

Há pessoas mais propensas à Pré-eclâmpsia

Embora a causa exata da pré-eclâmpsia não seja conhecida, já foram definidos fatores de risco. A probabilidade é maior na primeira gravidez ou quando há um espaço de pelo menos dez anos entre duas gestações. Também elevam o risco:

• Idade acima de 40 anos

• Obesidade antes da gravidez, com um IMC de 35 ou mais

• Problema crônico de saúde que afete o sistema circulatório, como hipertensão, lúpus, problemas renais ou diabete

• Gravidez de gêmeos ou mais

• Histórico familiar de pré-eclâmpsia (a mãe ou a irmã tiveram)

• Diagnóstico anterior de pré-eclâmpsia -- uma em cada cinco mulheres apresenta o problema de novo

• Se o parceiro for diferente entre uma gravidez e outra, a mulher volta a ter risco como se fosse uma primeira gestação, mesmo que não tenha apresentado pré-eclâmpsia.


Riscos

A pré-eclâmpsia pode ser leve ou grave, e pode afetar vários sistemas do corpo. Como ela reduz o fluxo de sangue para a placenta, é perigosa para o bebê, restringindo o crescimento dele. Além disso, se a pré-eclâmpsia evoluir para a eclâmpsia, a pressão arterial subirá demais, colocando tanto mãe quanto o bebê em grande risco. A ocorrência também fica mais restrita a primeira gravidez e, embora a gestante possa desenvolver a pré-eclâmpsia mesmo que nunca tenha tido problemas de hipertensão antes, sendo maior risco se já tinha problemas de pressão alta antes da gravidez ou se há casos em sua família.


Prevenção


A pré-eclâmpsia é relativamente rara e embora não há exatamente como se prevenir, o que a gestante pode fazer é assegurar que estar tendo bons cuidados pré-natais para detectar o problema ainda nos primeiros estágios e receber um tratamento. Sendo que os testes de urina e de pressão ao longo da gravidez é para detectar problemas como este.


Tratamento

Leva-se em consideração a idade gestacional (tempo de gestação) e a gravidade da pré-eclâmpsia (leve, grave) para que se escolha a conduta mais adequada. O tratamento definitivo é a interrupção da gestação, entretanto algumas vezes é possível aguardarmos o amadurecimento do feto para realizar o parto.

• Pré-eclâmpsia leve com feto a termo:
Interrupção da gestação e indução do parto, se possível

• Pré-eclâmpsia leve com feto prematuro:

Repouso, controle de pressão arterial, avaliação fetal e exames seriados visando identificação da piora do quadro.

• Pré-eclâmpsia grave com feto a termo:

Equilibrar condições maternas, se necessário e após interromper a gestação.

• Pré-eclâmpsia grave com feto prematuro:

Avaliação materna e do bem estar fetal seriada, uso de corticosteróides para ajudar o amadurecimento do pulmão fetal e interromper a gestação.
A única “cura” para a pré-eclâmpsia é o nascimento do bebê.

Depois que o bebê nascer

Depois do parto, a pressão arterial normalmente volta ao normal, mas pode ser que leve semanas para isso acontecer, e o inchaço nas mãos e nos pés também pode permanecer por algum tempo. Nas primeiras 48 horas depois do parto a pressão da paciente será monitorada de perto, e será preciso dar atenção à questão da pressão por algum tempo depois que a mesma for para casa.


Ações de enfermagem


A assistência de enfermagem à mulher em pré-eclâmpsia pode ocorrer em vários momentos. Em primeiro lugar deve-se atentar para a prevenção da doença, momento que ocorre durante o pré-natal da gestante. Para Kahhale e Zugaib (1995) a prevenção deve ser entendida em três momentos: prevenção primária onde se prioriza a ocorrência da doença; prevenção secundária, quando todos os esforços são dirigidos para reverter, cessar ou retardar o aparecimento clínico da pré-eclâmpsia; ainda, é considerada prevenção terciária para tratamento da doença instalada, visando evitar sua evolução para as formas mais graves e suas complicações.
A pré-eclâmpsia devidamente tratada quase sempre pode ser controlada a fim de não progredir para convulsão. A assistência a gestante tem grande responsabilidade quanto ao prévio reconhecimento e tratamento dos sintomas como também as instruções às pacientes em relação aos sinais e sintomas presentes que devem ser imediatamente informados.
Elaborado pelos alunos do CETEC-Linhares, gentilmente cedido para o SAÚDE NO FOCO.
ALEXANDRA DE JESUS SILVA
MARCO ANTÔNIO SCHIMILT
PRISCYLA AMORIM MIRANDA
RHIENNE KELLER SCHULZ SILVA
ROSIANE COLODETTI
VINICIUS RODRIGUES FERREIRA FERRETTI
VALKIRIA CESTARI

sábado, 18 de setembro de 2010

Diabetes Gestacional

Na gravidez, ocorre uma resistência bastante aumentada à utilização de glicose pelo organismo materno. Esta resistência é provocada por hormônios produzidos na placenta (hormônio lactogênio placentário, progesterona, glucagon, prolactina), e tem a função de possibilitar que a glicose permaneça elevada no sangue materno, facilitando seu transporte e difusão pela placenta até o feto. Estes hormônios dificultam a captação e a utilização celular de glicose promovida pela insulina, o hormônio responsável por “diminuir” a glicose no sangue. Este efeito é mais intenso a partir da metade da gestação, quando o feto adquire um forte ritmo de crescimento e demanda uma quantidade elevada de proteínas, carboidratos e elementos minerais para sua utilização.
A medicina não sabe exatamente o que causa a diabetes gestacional, mas existem algumas pistas a serem exploradas. A placenta suporta o bebê enquanto ele cresce. Os hormônios da placenta ajudam o bebê a se desenvolver. Mas esses hormônios também bloqueiam a ação da insulina da mãe em seu corpo. Esse problema é chamado resistência à insulina. A resistência à insulina torna difícil para o corpo da mãe usar a insulina.
Ela pode necessitar até três vezes mais insulina. A diabete gestacional começa quando o corpo da gestante não é mais capaz de produzir e usar toda a insulina que ele precisa para a gravidez. Sem insulina suficiente, a glicose não pode ser transformada em energia. Os níveis de glicose se tornam extremamente elevados. Isso é chamado hiperglicemia. O diabetes gestacional refere-se a qualquer forma de diabetes diagnosticado durante a gravidez, principalmente a tipo ll.
Apesar de conhecermos o diabetes como elevação do açúcar no sangue, a alteração no metabolismo de insulina agride também o metabolismo de gorduras e proteínas no organismo.

Causas

A causa exata do diabetes gestacional é desconhecida. Contudo, os especialistas acreditam que o diabetes gestacional pode ser uma etapa do Diabetes Melittus tipo ll, pelas semelhanças clínicas existentes entre eles.

Fatores de risco

A presença do diabetes gestacional determina uma gestação de risco, os fatores de risco mais importantes são:
• Idade materna superior a 25 anos

• Baixa estatura

• Presença de hipertensão arterial

• Gordura de localização abdominal

• História pessoal do diabetes

• Presença de parentes de 1º grau com diabetes

• Gestações anteriores com bebês muito grandes ou com má-formação

• Retardo de crescimento do feto

• Morte fetal ou neonatal sem causa aparente

• Aumento excessivo de peso na gravidez atual

• Altura uterina maior do que a esperada para a idade da gestação

• Crescimento acentuado do feto (macrossomia)

• Presença de grande quantidade de líquido amniótico

Sintomas

• Urinar muito (poliúria);
• Ter sede exagerada (polidipsia);
• Comer muito (polifagia);
• Alteração exagerada de peso (perda ou ganho);
• Cansaço;
• Fraqueza;
• Desânimo.
O diabetes gestacional pode estar presente mesmo sem que a mulher apresente quaisquer sintomas.

Conseqüências do aumento anormal da glicose para a mãe e o bebê

• Macrossomia a criança cresce muito e pode nascer pesando mais de 4 Kg;
• Parto cesariano em função do tamanho da criança;
• Bebê com hipoglicemia (níveis reduzidos de açúcar no sangue);
• Morte fetal intra-útero;
• Infecções urinárias freqüentes na gestação;
• Parto prematuro em função de excesso de líquido amniótico no útero, causando, inclusive, aumento exagerado da barriga e do peso corporal.

Diagnóstico

A Associação Americana de Diabetes recomenda que todas as gestantes sejam testadas entre a 24ª e a 28ª semana, porque é nesta época que a placenta começa a produzir altos índices hormonais, o que provoca a resistência à insulina.
O diagnóstico do diabetes gestacional é feito através de um teste de tolerância à glicose no qual a gestante ingere 50 gramas de glicose com medida da glicemia após uma hora. Um resultado menor ou igual a 140mg/dl é considerado normal e não é necessário outro tipo de teste. Caso o resultado seja maior que 140mg/dl, é feito um novo teste de tolerância a glicose, desta vez com medidas de glicemia até 3 horas. O diagnóstico de diabetes gestacional é feito quando o resultado deste teste de 3 horas está alterado.

Exames

O controle do tratamento do diabetes gestacional é feito com a monitorização da glicose. Isso pode ser feito em laboratório com a retirada de sangue ou em casa, com as tiras reagentes e glicosímetro. Recomenda-se que as mulheres em uso de insulina façam o controle das taxas de glicose com maior freqüência, para ajuste do tratamento. O médico indicará a melhor maneira de monitorizar as taxas de glicose.
Nas mulheres que usam insulina, pode ser necessário examinar o sangue com freqüência, talvez quatro ou mais vezes por dia. As medidas integradas de glicose (a mais importante é a taxa da glico-hemoglobina) em geral são de pouca utilidade no diabetes gestacional, pois elas estão, na grande parte das vezes, normais. Lembre que o diabetes gestacional é de duração curta, então isso faz com que a glico-hemoglobina não se modifique nesse período curto.
No final da gravidez a gestante será orientada a fazer exames que avaliam o bem estar do bebê com mais freqüência. O médico conversará com ela a respeito de quando iniciará essa avaliação, dependendo do tipo de tratamento a ser realizado.
A mulher que apresentou diabetes gestacional precisa ser reavaliada após 2 meses do parto com um exame das taxas de glicose.
Apesar do diabetes gestacional ser considerado uma situação de gravidez de alto risco, os cuidados médicos freqüentes e os cuidados tomados pela pessoa que o apresenta possibilitam que a gestação corra tranqüila e que o bebê nasça no momento adequado e em boas condições de saúde.

Terapia Insulínica

O médico poderá recorrer à terapia insulínica caso haja dificuldade para atingir resultados satisfatórios somente com dieta. É comum que a resistência à insulina atinja o auge durante o terceiro trimestre.
O tratamento com insulina está, em geral, indicado quando as taxas de glicose em jejum fiquem acima de 105 mg/dl e as taxas de glicose medidas 2 horas após as refeições acima de 130 mg/dl. O momento de iniciar a insulina será orientado pelo médico, dependendo de cada situação.
O uso da insulina pode incluir uma mistura de insulinas de ação curta e intermediária. Em geral, está recomendado o uso fracionado das doses de insulina. O médico combinará com a gestante o melhor esquema de tratamento para o caso.
É comum haver a necessidade de aumento das doses de insulina mais no final da gravidez (a partir do terceiro trimestre). Isso simplesmente significa que a resistência à insulina está aumentando.
No terceiro trimestre da gravidez, os níveis baixos de glicose que levariam à hipoglicemia chegam a ser raros. Contudo, mulheres que usam insulina estão em risco de apresentar hipoglicemia. Para prevení-la, deve seguir um planejamento alimentar com atenção aos horários e fazer as adequações necessárias à prática de exercício em função das alimentações.

Prevenção

Ter conhecimento dos fatores de risco e fazer um bom controle pré-natal, principalmente durante a 24a. e 28a. semanas de gravidez ajudará a um prognóstico logo no início da diabetes gestacional.

Tratamento

Pelo fato do diabetes gestacional prejudicar a mãe e o bebê, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes. O tratamento do diabetes gestacional visa manter os níveis de glicose no sangue iguais aos de mulheres grávidas que não têm diabetes gestacional. Também, o tratamento do diabetes gestacional sempre inclui dieta alimentar especial e atividade física periódica. Pode incluir também teste diário de glicose no sangue e injeções de insulina. O acompanhamento médico é fundamental para que o tratamento possa ser alterado na medida da necessidade.
O tratamento do diabetes gestacional ajuda a diminuir o risco de uma cesariana se necessária for devido ao tamanho do bebê. O tratamento correto possibilita a mulher conduzir a gravidez e o parto saudáveis, e pode ajudar a evitar futuros problemas de saúde para o bebê.
Parto

O DG não é uma indicação para parto cesáreo ou parto antes de 38 semanas completas de gestação; entretanto, após este período o risco de macrossomia é maior. Desta forma, se o feto for viável, deve-se programar o parto para a 38ª semana.
Para o parto programado, a gestante deve permanecer em jejum, aplicar 1/3 da dose matinal de insulina e receber infusão contínua de glicose a 5%. O controle glicêmico deve ser feito com glicemia capilar de 4/4h e administração de insulina regular se necessário.

Pós-parto

O aleitamento materno deve ser estimulado, e se houver hiperglicemia neste período, esta deve ser controlada com insulina. A partir da 6ª semana após o parto, a paciente deve ser reavaliada com nova glicemia de jejum e classificada de acordo com os critérios diagnósticos atuais.

Depois da gravidez

O diabetes gestacional usualmente desaparece depois da gravidez, mas existe uma chance de quase 70% que ela retorne numa gravidez futura. Em poucas mulheres, entretanto, a gravidez descobre diabetes do tipo l ou tipo ll. É difícil dizer se essas mulheres têm diabetes gestacional ou apenas diagnosticaram sua diabetes durante a gravidez. Essas mulheres precisarão continuar o tratamento do diabetes depois da gravidez.
Muitas mulheres que tiveram diabetes gestacional desenvolvem diabetes tipo ll anos depois. Parece haver uma relação entre a tendência para ter a diabetes gestacional e diabetes tipo ll, ambas envolvendo resistência à insulina. Certas mudanças básicas no estilo de vida podem prevenir a diabetes depois da ocorrência do diabetes gestacional.
Cumprir uma simples dieta diariamente, como ingerir uma variedade de alimentos incluindo frutas frescas e legumes, limitar a ingestão de gorduras para 30% ou menos do total de calorias diárias, e vigiar a quantidade de comida ingerida. Hábitos alimentares saudáveis podem ser a chave para a prevenção da diabetes e outros problemas de saúde.
Exercícios físicos regulares permitem ao seu corpo usar a glucose sem produção de insulina extra. Isso ajuda a combater a resistência à insulina e é o que torna o exercício físico muito benéfico para as pessoas com diabetes. É importante nunca iniciar um programa de exercícios sem o acompanhamento médico.

Complicações de longo prazo

Como citado anteriormente, as pacientes com DG possuem maior chance de desenvolverem DM tipo ll, principalmente se forem obesas. Crianças nascidas de mãe com DG possuem uma chance maior de serem obesas, terem intolerância à glicose ou diabetes na adolescência.

Ações de enfermagem

A conduta obstétrica deve seguir o protocolo de uma gestação de alto risco.A via de parto é uma decisão obstétrica porem deve-se levar em conta o risco de macrossomia, que após a 38ª semana é maior.
A amamentação deve ser estimulada e em caso de hiperglicemia nesta fase a insulina deve ser usada para controle.A partir da 6ª semana pós-parto a glicemia de jejum deve ser realizada e o resultado avaliado pelos critérios de rotina.
A paciente portadora de diabetes gestacional tem maior risco de desenvolver hipertensão, pré-eclâmpsia e de necessitar de cesariana. Os riscos de macrossomia fetal, hipoglicemia, hipocalcemia, policitemia, icterícia prolongada também estão aumentados para estes fetos, além de uma chance maior de serem obesos e desenvolverem diabetes. Gestantes com diabetes gestacional têm maiores probabilidades de no futuro desenvolverem diabetes melitus tipo II, principalmente as obesas.
Diante do exposto estamos convencidos de que a abordagem de uma gestante com diabetes gestacional deve ser multidisciplinar e humanizada, devendo envolver o trabalho e a atenção do obstetra, endocrinologista, assistente social, enfermeira, bioquímico, nutricionista e outros visto que se trata de uma patologia complexa que demanda cuidados especiais. O que constatamos na prática é que a maioria dos serviços de pré-natal em nosso país, principalmente os do interior não estão preparados para diagnosticar nem acompanhar os casos de diabetes gestacional.
O SAÚDE NO FOCO agradece aos alunos do CETEC- Linhares que cederam essa pesquisa;
ALEXANDRA DE JESUS SILVA
MARCO ANTÔNIO SCHIMILT
PRISCYLA AMORIM MIRANDA
RHIENNE KELLER SCHULZ SILVA
ROSIANE COLODETTI
VINICIUS RODRIGUES FERREIRA FERRETTI
VALKIRIA CESTARI

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Oximetria de Pulso


É mensurada através de um aparelho que mede indiretamente a quantidade de oxigênio no sangue de um paciente. Em geral é anexado a um monitor, para que os profissionais de saúde possam ver a oxigenação em relação ao tempo. A maioria dos monitores também mostra a freqüência cardíaca.
O monitor exibe a porcentagem de hemoglobina arterial na configuração de oxiemoglobina. Taxas normais são da ordem de 95 a 100%. Para um paciente respirando ar ambiente, a uma altitude não longe do nível do mar, pode ser feita uma estimativa da pressão de oxigênio arterial (pO2) a partir da leitura SpO2 (saturação do oxigênio no sangue) do monitor.


O oxímetro de pulso é particularmente conveniente por ser não invasivo. Tipicamente ele consiste de um par de pequenos diodos emissores de luz frente a fotodiodos, através de uma parte do corpo do paciente translúcida (como a ponta dos dedos ou lóbulo da orelha). Um dos LEDs é vermelho, com comprimento de onda de 660 nm, e o outro infra-vermelho, com 910 nm. A absorção desses comprimentos de onda diferem significamente entre a oxiemoglobina e sua forma desoxigenada, dessa forma sendo possível determinar a taxa de concentração a partir dessa absorção.
O sinal monitorado varia com o tempo no ritmo na freqüência cardíaca, porque os vasos sanguineos expandem-se e contraem a cada batida do coração. Examinando apenas a parte variante do espectro de absorção (na pratica, subtraindo-se o mínimo absorvido do pico de absorção), um monitor pode ignorar outros tecidos ou esmalte de unhas e considerar apenas a absorção causada pelo sangue. Por isso, a detecção do pulso é essencial para a operação do oximetro de pulso e não funcionara se não houver batimentos.


Devido à simplicidade e rapidez (basta colocar no dedo e observar o resultado em poucos segundos), oximetros de pulso são de importância vital para a medicina de emergência, e são também muito utilizados para pacientes com problemas respiratórios, bem como pilotos em naves não pressurizadas operando a altitudes acima de 10.000 pés, onde é necessária oxigenação adicional.


A ultima geração de oximetros de pulso utilizam processamento digital de sinais para aumentar a precisão em condições clinicas adversas. Essas situações incluem pacientes em movimento, alta luminosidade do ambiente e interferência elétrica. Devido a não sensibilidade a sinais não pulsantes, é também possível construiu sondas refletoras colocadas ao lado dos LED’s e que podem ser localizadas em qualquer tecido plano.
Isso pode ser utilizado em partes corporais não translúcidas, em partes especificas (útil em cirurgia plástica) ou quando locais habituais não estão disponíveis (queimaduras severas). Eles são normalmente aplicados à testa dos pacientes com má perfusão periférica.
SAÚDE NO FOCO

CURSO DE SOCORRISTA TRAINEE

Atenção pessoal ja esta acabando as vagas para o curso, aproveite e garanta já a sua inscrição.
Data da realização do curso: 11 e 12/09/10
Contato: Enfermeiro José luiz (27) 9848-0808.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Inscrição do Profissional no COREN-ES, tudo o que você precisa saber

Todo o profissional da área de enfermagem deve inscrever-se no COREN do Estado onde exerce suas atividades.


Importante:
1. O comprovante de residência deve estar no nome do requerente, caso o comprovante de residência não esteja em nome do profissional, deverá ser juntado DECLARAÇÃO do Titular do comprovante residencial, onde esteja explicitado que o requerente reside no endereço mencionado, juntando-se cópia do RG do signatário.
2. A guia de pagamento é fornecida pelo COREN no momento da apresentação dos documentos.
3. O COREN-ES não aceita, em momento algum, protocolos de documentos para a efetivação do registro.


1. INSCRIÇÃO DE ESTAGIÁRIO

A Resolução COFEN nº 299/2005 dá ao estudante de curso superior e ao de nível médio a possibilidade de iniciar sua atividade como estagiário desde que esta seja exercida em Instituição de saúde que disponha de Enfermeiro responsável pela supervisão e orientação de estagiários.

Documentos necessários:
Declaração da Instituição de Ensino, atestando que o aluno:
Da Graduação – Concluiu as Disciplinas de Semiologia e Semiotécnica ou equivalentes;
De Nível Técnico – Concluiu os componentes curriculares ou equivalentes de fundamentos técnicos de enfermagem;
Declaração da instituição de ensino, explicitando os dados exigidos acima;
Declaração ou documento equivalente, informando local onde se realizará o estágio e o enfermeiro que o supervisionará e do supervisor assumindo a orientação do estágio;
Cópia da Identidade Civil;
Cópia CPF;
Duas fotos 3X4;
Cópia do Histórico do curso de Enfermagem;
Obs.: A inscrição temporária terá validade por 12 meses, podendo ser renovadas por iguais períodos até a data da conclusão do curso, o estudante não pagará anuidade em que estiver inscrito durante a vigência da inscrição temporária como estudante.


2. INSCRIÇÃO PROVISÓRIA

Os profissionais formados por instituições de ensino brasileiro, poderão solicitar Inscrição Provisória, apresentando certidão de colação de grau ou declaração de conclusão de curso, com data inferior a 3 (três) meses, contendo: nome, nacionalidade, data e local de nascimento, sexo, estado civil, data de conclusão do curso, titulo que faz jus, comprovação de que o curso se encontra autorizado ou reconhecido pelas autoridades competentes a nível federal, ou pelos respectivos Conselhos Estaduais de Educação, se for o caso, incluindo as assinaturas do diretor e do secretário da instituição.

CNPJ da instituição de ensino e endereço completo, inclusive endereço eletrônico;
Observação: Caso a inscrição seja para enfermeiro o histórico será somente uma cópia simples.


Documentos necessários:
Cópia simples e cópia autenticada e documento original do Certificado de Conclusão e/ou Atestado de Conclusão do curso, com data de início e término, constando a data de entrega do diploma;
Histórico original do curso de Técnicos em Enfermagem com as competências gerais e específicas do curso;
Para Auxiliar de Enfermagem que complementaram para o curso de Técnico em Enfermagem, deverá apresentar o Certificado e/ou histórico do curso de Auxiliar.
Cópia dos documentos (Identidade Civil, CPF, Título de Eleitor e CTPS sendo as paginas da foto e da filiação);
Cópia do Certificado de Reservista (para homens com até 45 anos);
Cópia da Certidão de Nascimento ou Casamento, conforme estado civil;
Cópia de um comprovante de residência (*);
Uma foto 3x4.


3. INSCRIÇÃO DEFINITIVA E SECUNDÁRIA

Para solicitar a Inscrição Definitiva são necessários os seguintes documentos:
Diploma ou Certificado Original do Curso, Cópia autenticada e cópia simples;
Cópia do Histórico Escolar do curso com as competências gerais e especificas do curso;
Cópia dos documentos (Identidade Civil, CPF, Título de Eleitor e CTPS sendo as paginas da foto a filiação);
Cópia do Certificado de Reservista (para homens com idade até 45 anos);
Cópia da Certidão de Nascimento ou Casamento, conforme estado civil;
Cópia de um comprovante de residência no nome do requerente (*);
Uma foto 3x4 fundo branco.

Observações:
- Para inscrição secundária Trazer uma Certidão Negativa de Débito do COREN onde tenha inscrição principal;
- Para Técnicos em Enfermagem deverá constar no Diploma ou Histórico do curso a data de início e término do curso;
Para Auxiliar de Enfermagem que complementaram para o curso de Técnico em Enfermagem, deverá apresentar o Certificado do curso de Auxiliar.


4. SEGUNDA VIA

Para solicitar uma segunda via de Carteira e/ou Cédula Profissional do COREN o inscrito deverá dirigir-se à sede do Conselho mais próxima de sua residência munido dos seguintes documentos:
Ocorrência policial, em caso de roubo;
Declaração de perda do Correio (formulário preenchido no Correio), em caso de perda ou extravio;
Cópia da Certidão de Casamento, Separação ou Divórcio, em caso de mudança de nome e estado civil;
Livreto para anotação da alteração do nome e/ou estado civil;
Cópia dos documentos (Identidade Civil, CPF, Título de Eleitor);
Cópia do comprovante de residência no nome do requerente (*).
Uma foto 3x4fundo branco.


5. TRANSFERÊNCIA

Caso o profissional faça mudança de estado, terá que solicitar neste estado a sua Transferência de Jurisdição. Para solicitar transferência deverá comparecer a uma sede do Conselho com os seguintes documentos:
Carteira e Cédula Profissional do COREN de origem com cópia (xerox) simples;
Cópia (xerox) de um comprovante de residência no nome do requerente (*);

Observação: Após o retorno do prontuário para o COREN-ES, o inscrito deverá comparecer novamente no Conselho para homologar a inscrição.


6. CANCELAMENTO

O profissional poderá solicitar o cancelamento de sua inscrição junto ao Conselho, quando não estiver mais atuando na área, pelos seguintes motivos:
Aposentadoria;
-Por decisão pessoal de não mais exercer a profissão;
-Alteração de categoria com mudança de função.

Documentos necessários:
Diploma ou Certificado original;
Carteira (Livreto) e Cédula Profissional do COREN-ES;
Carta de Aposentadoria;
Caso o inscrito seja estatutário, apresentar cópia do Diário Oficial, comprovando não atuar na área.

Observações:
Estar em dia com as anuidades do Conselho até a data da solicitação do cancelamento. Caso exista débitos o inscrito deverá ser encaminhado a Assessoria de Cobrança para o pagamento da dívida;

7. INSCRIÇÃO REMIDA
Pode ser solicitada por profissionais que se aposentaram e não exercem mais atividades na área da enfermagem.
Documentos necessários:
Carteira de Identidade Profissional do COREN;
Comprovante de aposentadoria (Carta do INSS, aposentadoria ou publicação no Diário Oficial);
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) onde deverá constar a comprovação de desligamento da função;
Caso o inscrito seja estatutário, solicitar cópia do Diário Oficial, comprovando não atuar na área;
Cópia (xerox) dos documentos (Identidade Civil, CPF, Título de Eleitor);
Cópia (xerox) de um comprovante de residência no nome do requerente (*);
Uma foto 3x4.

Observações:
- Estar em dia com as anuidades do Conselho até a data da solicitação do cancelamento. Caso exista débitos o inscrito deverá ser encaminhado a Assessoria de Cobrança para o pagamento da dívida;

8. REINSCRIÇÃO

Quando o inscrito que solicitou o cancelamento decidir retornar a atuar na área da Enfermagem, são necessários os seguintes documentos:
Carteira de Identidade profissional do COREN.
Cópia (xerox) e original do Diploma ou Certificado do curso;
Cópia (xerox) dos documentos (Identidade Civil, CPF, Título de Eleitor e CTPS, sendo as paginas da foto e da filiação);
Cópia (xerox) da Certidão de Nascimento ou Casamento, conforme estado civil;
Cópia (xerox) de um comprovante de residência no nome do requerente (*);
Uma foto 3x4.


9. TÉCNICO DE ENFERMAGEM DO TRABALHO

Documentos necessários:
Diploma original do curso de Auxiliar e/ou Técnico em Enfermagem do Trabalho (caso o histórico escolar não esteja discriminado no verso, o mesmo deverá ser solicitado;
Cópia do certificado do curso de Auxiliar e/ou Técnico em Enfermagem;
Cópia da cédula de identidade profissional do COREN-ES;
Cópia da identidade civil (RG);
Original da Carteira tipo livreto do COREN-ES.
Observações:
- O inscrito deverá estar em dia com as anuidades do COREN-ES, para solicitar a inscrição da qualificação.


10. ESPECIALIZAÇÃO

Este caso é valido somente para Enfermeiros.
São reconhecidos os cursos de pós-graduação, desde que observados os seguintes requisitos:
- Ter carga horária mínima de 360 horas;
- Oferecido por instituição de ensino superior ou por instituições especialmente credenciadas para atuarem neste nível educacional, incluindo aqueles oferecidos pelas sociedades de especialistas, de acordo com a legislação vigente;

Documentos necessários:
Diploma original de Especialista (caso o histórico escolar não esteja discriminado no verso, o mesmo deverá ser solicitado;
Cópia (xerox) do Diploma do curso de Enfermagem;
No Histórico Escolar deve constar as disciplinas cursadas, nome do Professor responsável e a sua titulação, carga horária total, monografia e a avaliação do aluno;
Cópia da cédula de identidade profissional do COREN-ES;
Cópia da identidade civil (RG);
Original da Carteira tipo livreto.
Observações:
- O inscrito deverá estar em dia com as anuidades do COREN-ES, para solicitar a inscrição da qualificação;
- No caso de título de especialista adquirido através de Prova de Título, apresentar também os seguintes documentos para inscrição:
Diploma Original, oferecido pela sociedade competente, com o número do registro sob controle da mesma;
SAÚDE NO FOCO

CONVULSÃO, PRIMEIROS SOCORROS

Definição:

Convulsões são contrações e relaxamentos repentinos e violentos dos músculos, geralmente causadas por atividade elétrica cerebral incontrolada.

Considerações gerais:
A maioria das convulsões dura de 30 a 45 segundos.
Quando as convulsões recorrem e não há causas subjacentes que possam ser tratadas diretamente, diz-se que a pessoa tem epilepsia. A epilepsia é normalmente controlável com medicamento.

Não há nada que possa ser feito para interromper a convulsão depois de seu início. Tudo o que pode ser feito é ajudar a proteger a vítima de se machucar e solicitar assistência médica se necessário.

Se uma criança pequena tiver convulsões múltiplas pela primeira vez, presuma que tenha ingerido veneno e preste os primeiros socorros adequados.
Tente cronometrar a duração das convulsões para que o médico tenha uma idéia da gravidade.
Causas:


• Epilepsia
• Uso de álcool
• Barbitúricos, intoxicação ou supressão
• Lesões ou doenças cerebrais
• Tumor cerebral (raro)
• asfixia
• Abuso de drogas
• Choque elétrico
• Febre (especialmente em crianças pequenas)
• Lesões na cabeça
• Doenças cardíacas
• Doença por calor (ver intolerância ao calor)
• Pressão sangüínea alta
• Meningite
• Envenenamento
• Derrame cerebral
• Toxemia de gestação
• Uremia associada a insuficiência renal
• Mordidas ou picadas venenosas (ver mordida de cobra)
• Supressão de benzodiazepínicos (tais como Valium)

Sintomas:
• Breves períodos de inconsciência ou comportamento confuso
• Baba ou espuma na boca
• Grunhidos ou roncos
• Formigamento local ou contração em uma parte do corpo
• Perda de controle da bexiga ou intestino
• Queda repentina; perda da consciência
• Ausência temporária da respiração
• Espasmos musculares vigorosos com contrações e reflexos dos membros

Primeiros socorros:
1.Em caso de convulsão, a principal estratégia é tentar evitar que a vítima se machuque. Tente proteger a vítima de quedas. Deite a vítima no chão em uma área segura.

2.Retire móveis ou outros objetos pontiagudos da área ao redor da vítima.

3.Sem restringir os movimentos da vítima durante a convulsão, afrouxe qualquer vestimenta apertada, principalmente ao redor do pescoço.

4.Em caso de vômito, tente virar a cabeça da vítima para que o vômito seja expelido e não aspirado para dentro dos pulmões ou pela traquéia.
5.No caso de crianças, se a convulsão aparentar ser resultado de febre, esfrie a criança gradualmente, usando uma esponja úmida ou compressa fria e água morna. Uma dose apropriada de paracetamol (Tylenol) pode ser usada. Entretanto, NÃO mergulhe a criança em uma banheira fria.

6.Depois de uma convulsão, a maioria das vítimas cai em um sono profundo. Não impeça o sono. A vítima provavelmente ficará desorientada por um período após despertar.

7.Fique com a vítima até a recuperação ou até que haja assistência médica profissional. Enquanto isso, monitore seus sinais vitais (pulso, freqüência respiratória, pressão sangüínea).
Não se deve:
• Conter a vítima
• Colocar objeto algum entre os dentes da vítima durante uma convulsão (incluindo os dedos)
• Mover a vítima, a não ser que esteja em perigo ou perto de algo perigoso.
• Tentar fazer a vítima parar a convulsão - elas não conseguem se controlar durante uma convulsão.
• Fazer respiração artificial em uma vítima convulsiva, mesmo que esteja ficando azul. A maioria das convulsões acaba antes que possa haver dano cerebral.
• Dar nada à vítima por via oral até que as convulsões tenham parado e a vítima esteja completamente acordada e alerta.
Procure imediatamente assistência médica de emergência se:
• A convulsão durar mais de dois minutos ou houver convulsões recorrentes (mais de um episódio por hora).
• A vítima não acordar nos intervalos entre as convulsões.
• A vítima estiver doente, machucada ou intoxicada.
• A vítima nunca havia tido convulsões antes.
• A vítima for diabética ou tiver pressão sangüínea alta.
• A vítima estiver grávida.
• A vítima tiver uma convulsão na água.
• A vítima parecer fraca ou febril após o término das convulsões.
Prevenção:
• Epiléticos devem sempre usar uma etiqueta de alerta médico.
• Manter febres sob controle, principalmente em crianças.
SAÚDE NO FOCO

domingo, 15 de agosto de 2010

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Administração de medicamentos é uma das atividades de maior responsabilidade da equipe de enfermagem. Requer conhecimentos de farmacologia e terapêutica médica no que diz respeito a medicamentos, ação, dose, efeitos colaterais, métodos e precauções na administração das drogas. Sendo assim preparei este post com todas as orientações necessárias para capacitação do profissional que irá administrar medicamentos.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
1. Gastrointestinal:
Oral ou bucal
Sublingual.
Gástrica.
Retal.
Duodenal.
2. Respiratória.
3. Vaginal.
4. Cutânia.
5. Nasal
6. Ocular.
7. Auricular.
8. Parenteral:
- intradérmica (ID).
- subcutânea (SC).
- Intramuscular (IM).
- Endovenosa (EV) ou intravenosa (IV).
REGRAS GERAIS
1. Todo medicamento deve ser prescrito pelo médico.
2. A prescrição deve ser escrita e assinada. Somente em caso de emergência, a enfermagem pode atender prescrição verbal, que deverá ser transcrita pelo médico logo que possível.
3. Nunca administrar medicamento sem rótulo.
4. Verificar data de validade do medicamento.
5. Não administrar medicamentos preparados por outras pessoas.
6. Interar-se sobre as diversas drogas, para conhecer cuidados específicos e efeitos colaterais.
- melhor horário;
- diluição formas, tempo de validade;
- ingestão com água, leite, sucos;
- antes, durante ou após as refeições ou em jejum;
- incompatibilidade ou não de mistura de drogas;
7. Tendo dúvida sobre o medicamento, não administrá-lo.
8. Manter controle rigoroso sobre medicamentos disponíveis.
9. Alguns medicamentos, como antibióticos, vitaminas e sulfas, precisam ser guardados corretamente, pois se alteram na presença da luz, do ar ou do calor.

CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
- Ao preparar a bandeja de medicamentos, não conversar.
- Ter sempre à frente, enquanto prepara o medicamento, o cartão do medicamento ou a prescrição médica.
- Ler o rótulo do medicamento três vezes, comparado-o com a prescrição:
a) antes de retirar o recipiente do armário;
b) antes de colocar o medicamento no recipiente para administrar;
c) antes de repor o recipiente no armário.- Colocar o cartão e o recipiente de medicamentos sempre juntos, na bandeja.
- Não tocar com a mão em comprimidos, cápsulas, drágeas, pastilhas.
- Esclarecer dúvidas existentes antes de administrar o medicamento.
- Identificar o paciente antes de administrar o medicamento, solicitando nome completo e certificando-se da exatidão do mesmo, pelo cartão de medicamento ou prontuário.
- Lembrar a regra dos 5 certos: medicamento certo, paciente certo, dose certa, hora certa, via certa.
- Só cancelar a medicação após administrá-la, rubricando ao lado.
- Quando o medicamento deixar de ser administrado por estar em falta, por recusado paciente, jejum, esquecimento, ou erro, fazer a anotação no relatório.
- Fazer anotações cuidadosas sobre efeitos dos medicamentos ou queixas do paciente.
- Para uma medida perfeita, ao despejar o medicamento no copo graduado, levantá-lo à altura dos olhos.
Correspondência: colher de sopa (15ml), colher de sobremesa (10ml), colher de chá (5ml), colher de café (3ml).
- Ter sempre o cuidado de limpar com gaze a boca dos vidros de medicamentos, antes de guardá-los.
- Ao colocar o medicamento no copo, manter o rótulo do frasco voltado para a mão, a fim de não sujá-lo.
- Se faltar medicamentos, tomar providências imediatas, seguindo normas e rotinas do serviço.
- Certificar-se sobre as ordens de controle hídrico, dietas, jejum, suspensão de medicamentos antes de prepará-los.

É de grande utilidade seguir o roteiro para a correta administração de medicamentos
1. O cliente tem alguma alergia?
2. Que medicamentos foram prescritos?
3. Por que está recebendo esses medicamentos?
4. Que informações devem ser dadas pela enfermagem, em relação ao efeito desses medicamentos sobre o cliente?
5. Existem cuidados de enfermagem específicos devido à ação das drogas contidas nestes medicamentos?
6. Como devem ser administrados os medicamentos?
7. Que precauções devem ser tomadas na administração de tais medicamentos? Existem precauções especiais que devem ser tomadas por causa da idade, condição física ou estado mental do paciente?
8. Alguns dos medicamentos exigem medidas acautelatórias especiais na administração?
9. O paciente precisa aprender alguma coisa com relação à sua terapia médica?
10. O paciente ou sua família necessita de conhecimento ou habilidades específicas para continuar a terapia em casa?

CUIDADOS NA DILUIÇÃO
- Todas as drogas que provocam irritações e com gosto forte, devem ser diluídas, caso não haja contra-indicação.
- Normalmente, não é aconselhável misturar medicamentos líquidos. Poderá ocorrer uma reação química, resultando em precipitado.
- Água fresca deve ser usada para aumentar o paladar, se não houver contra-indicação.
- Satisfazer o quanto possível os pedidos do paciente quanto ao gosto, que pode ser melhorado, dissolvendo-se o medicamento em suco de frutas ou acrescentando açúcares, se não houver contra-indicação.
- Medicamentos amargos podem ser diluídos na água. Diminui-se o amargor colocando-se gelo na boca antes e depois da medicação.
- Xaropes devem ser administrados puros.
- Salicilatos, digital, corticóides, irritam a mucosa gástrica e podem produzir náuseas e vômitos. Devem ser servidos com leite, e durante as refeições.
- O gosto do iodeto de potássio e solução de lugol pode ser amenizado diluindo-os em suco de uva ou laranja.
-O óleo de rícino ou outros óleos podem ser misturados com suco de laranja ou de limão, café ou chá. Gelo também desestimula as papilas gustativas. É bom tomar com substâncias efervescentes e geladas (coca-cola, guaraná).
- Antibióticos, de modo geral, devem ser tomados com água (nunca com leite) e com estômago vazio.
CUIDADOS EM RELAÇÃO AO REGISTRO DOS MEDICAMENTOS
A fim de evitar acidentes, desperdícios, roubos e uso abusivo, os medicamentos devem ser guardados em lugar apropriado e controlados.
Deve existir uma relação do estoque disponível, e dependendo da utilização um controle de saída diária, semanal ou mensal.
As saídas podem ser controladas pelo receituário, folha de prescrição ou relatório de enfermagem. O importante é que exista um sistema de controle.
O cancelamento no local apropriado (relatório, ficha ou prontuário) deve ser feito logo após a aplicação.
Sendo as anotações de enfermagem um documento oficial, é de grande importância que o cuidados seja assinado ou rubricado por quem fez.
VIA ORAL, BUCAL
É a administração de medicamento pela boca.
Contra-indicações
- Pacientes incapazes de deglutir ou inconscientes.
- Em casos de vômito.
- Quando o paciente está em jejum para cirurgia ou exame.
MATERIAL
• Pratinhos ou copinhos descartáveis.
• Conta-gotas.
• Copo graduado.
MÉTODO
1. Lavar as mãos.
2. Identificar o recipiente com o nome do paciente, número do leito, medicamento e dose.
3. Colocar os medicamentos nos, recipientes identificados, diluindo-os se for necessário.
4. Levar a bandeja para junto do paciente.
5. Perguntar o nome do paciente, fazendo a verificação no cartão de identificação.
6. Colocar o comprimido na mão ou na boca do paciente. Se for líquido, dar no copinho descartável.
7. Oferecer-lhe água ou leite.
8. Verificar se o paciente deglutiu o medicamento: nunca deixá-lo sobre a mesa-de-cabeceira.
9. Colocar o material em ordem.
10. Lavar as mãos.
11. Checar o horário e fazer as anotações.
OBSERVAÇÕES
• Os medicamentos em pó devem ser dissolvidos.
• Pacientes inconscientes não devem tomar medicação por via oral.
• Gotas devem ser medidas com conta-gotas.
• Dissolver os medicamentos para os pacientes que têm dificuldade me deglutir.
• Ao administrar digitálicos, contar pulso radial e apical. Se estiver abaixo de 60 b.p.m. não administrar. Acima de 120 b.p.m. pode indicar intoxicação digitálica.
Considerar sempre o melhor horário para administrar os medicamentos. Exemplo: os diuréticos devem ser administrados, de preferência, no período da manhã.
VIA SUBLINGUAL
Consiste em colocar o medicamento debaixo da língua e deixar que seja absorvido pela mucosa bucal.
MÉTODO
1. Lavar as mãos.
2. Separar o medicamento
3. Dar água para o paciente enxaguar a boca.
4. Colocar o medicamento sob a língua e pedir para abster-se de engolir a saliva por alguns minutos, a fim de que a droga seja absorvida.
5. Lavar as mãos.
6. Checar o horário e fazer as anotações necessárias.

VIA GÁSTRICA
É feita através da introdução do medicamento na sonda nasogástrica. É utilizada para pacientes inconscientes e pacientes impossibilitados de deglutir.
Os medicamentos sólidos são dissolvidos em água e introduzidos na via gástrica com seringa.
As cápsulas são abertas, dissolvendo-se o pó medicamentoso nelas contido.
Obs.: Ver cuidados específicos na técnica de sondagem gástrica.

VIA RETAL
É a introdução do medicamento no reto, em forma de supositórios ou clister medicamentoso.
MATERIAL
Bandeja contendo:
• Supositório
• Gaze, papel higiênico
• Cuba-rim • Saco plástico para lixo
• Luva de procedimento
SUPOSITÓRIO
1. Explicar ao paciente o que vai fazer.
2. Lavar as mãos.
3. Colocar o supositório sobre uma gaze, numa cuba-rim ou bandeja pequena.
4. Colocar o paciente em decúbito lateral.
5. Calçar a luva na mão dominante, e com o polegar e indicador da outra mão afastar o ânus.
6. Introduzir o supositório no reto, delicadamente, e pedir ao paciente que o retenha.
7. Retirar a luva e desprezar no saco plástico.
8. Colocar o material em ordem.
9. Lavar as mãos.
10. Checar o horário.
OBSERVAÇÕES
- O paciente poderá colocar com auxílio da enfermagem.
- Em se tratando de criança, comprimir levemente as nádegas para evitar o retorno do supositório.
- As vezes é necessário colocar imediatamente a comadre ou encaminhar o paciente ao banheiro.

VIA VAGINAL
É a introdução e absorção de medicamentos no canal vaginal. O medicamento pode ser introduzido sob a forma de:
1. Velas, tampões, supositórios, comprimidos.
2. Óvulos.
3. Lavagens e irrigação.
4. Cremes ou gel.
MATERIAL
• Luvas de procedimento
• Aplicador vaginal
• Gaze com vaselina • Saco plástico para lixo.
• Comadre, se necessário
MÉTODO
1. Explicar à paciente sobre o que vai ser feito.
2. Lavar as mãos.
3. Organizar o material e levá-lo para junto da paciente.
4. Cercar o leito com biombo.
5. Colocar a paciente em posição ginecológica.
6. Calçar as luvas.
7. Colocar o medicamento no aplicador e lubrificar a ponta com vaselina, ou umedecê-la com água, para facilitar a penetração.
8. Abrir os pequenos lábios, expor o orifício vaginal e introduzir o aplicador com o medicamento. O aplicador deve ser dirigido em direção ao sacro, para baixo e para trás, cerca de 5cm, para que o medicamento seja introduzido na parede posterior da vagina.
9. Pressionar o êmbolo, introduzindo o medicamento.
10. Pedir para que a paciente permaneça em decúbito dorsal, aproximadamente por 15 minutos, com um travesseiro sob os quadris, para melhor distribuição de medicamento sobre a mucosa.
11. Colocar um absorvente, se necessário.
12. Retirar as luvas e deixar o ambiente em ordem.
13. Providenciar a limpeza e a ordem do material.
14. Lavar as mãos.
15. Checar o horário na prescrição médica e fazer as anotações necessárias.

VIA TÓPICA OU CUTÂNEA
É a aplicação de medicamento por fricção na pele. Sua ação pode ser local ou geral. Ex.: pomadas, linimentos, anti-sépticos.
MATERIAL

Bandeja contendo:
• Medicamento.
• Gaze. • Espátula.
• Luvas de procedimento. • Saco plástico para lixo.
MÉTODO
1. Explicar ao paciente sobre o cuidado a fazer ou orientar para que faça higiene local, se necessário.
2. Lavar as mãos.
3. Organizar o material e dispô-lo junto ao paciente.
4. Expor o local.
5. Calçar as luvas.
6. Colocar o medicamento sobre a gaze, com a espátula.
7. Aplicar e espalhar delicadamente o medicamento, fazendo fricção, se necessário.
8. Retirar as luvas.
9. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem.
10. Providenciar a limpeza e a ordem do material.
11. Lavar as mãos.
12. Checar o cuidado e fazer as anotações necessárias.

VIA NASAL
Consiste em levar à mucosa nasal um medicamento líquido.
MATERIAL
Bandeja contendo:
• Frasco de medicamento.
• Conta-gotas.
• Algodão ou cotonete.
• Cuba-rim.
• Gaze ou lenço de papel.
• Saco plástico para lixo.
MÉTODO
1. Explicar ao paciente sobre o cuidado, e solicitar que faça a higiene das narinas, se necessário.
2. Lavar as mãos.
3. Levar o material até a unidade do paciente.
4. Inclinar a cabeça para trás (sentado ou deitado).
5. Retirar, através do conta-gotas, a dosagem do medicamento prescrita.
6. Pingar a medicação na parte superior da cavidade nasal, evitando que o conta-gotas toque a mucosa.
7. Solicitar ao paciente que permaneça nesta posição por mais alguns minutos.
8. Deixar o ambiente em ordem e o paciente confortável.
9. Lavar as mãos.
10. Providenciar a limpeza e a ordem do material.
11. Checar o horário na prescrição médica e fazer as anotações necessárias.

VIA OCULAR
É a aplicação de colírio ou pomada na conjuntiva ocular.
MATERIAL
Bandeja contendo:
• Colírio ou pomada.
• Conta-gotas.
• Algodão, gaze ou lenço de papel.
• Espátula.
• Saco plástico para lixo.
Aplicação de colírio
1. Explicar ao paciente sobre o cuidado.
2. Lavar as mãos.
3. Organizar o material e levar para perto do paciente.
4. Posicionar o paciente com a cabeça um pouco inclinada para trás.
5. Retirar, com o conta-gotas, a quantidade de medicação prescrita.
6. afastar com o polegar a pálpebra inferior, com auxílio do lenço ou gaze, expondo o fornix inferior.
7. Solicitar ao paciente que olhe para cima e instilar a medicação no ponto médio do fundo do saco conjuntival, mantendo o olho levemente aberto, sem forçar, para que o colírio não se perca.
8. Enxugar o excesso de líquido com gaze ou lenço de papel.
9. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem.
10. Providenciar a limpeza e a ordem do material.
11. Lavar as mãos.
12. Checar o horário na prescrição médica e fazer as anotações necessárias.
Aplicação de pomada
1. Afastar a pálpebra inferior com o polegar.
2. Colocar cerca de 2 cm de pomada com o auxílio de uma espátula ou a própria bisnaga.
3. Após a aplicação, solicitar ao paciente que feche lentamente as pálpebras e faça movimentos giratórios do globo ocular.
4. Com auxílio do algodão ou lenço de papel, retirar o excesso de pomada e fazer uma pequena fricção sobre o olho, para que a medicação se espalhe.
5. Ocluir o olho com monóculo, quando indicado.

VIA AURICULAR
Consiste em introduzir o medicamento no conduto auditivo externo (ouvido).
MATERIAL
Bandeja contendo:
• Medicamento prescrito.
• conta-gotas.
• cuba-rim. • Gaze, bola de algodão ou cotonete.
• Saco plástico para lixo.
MÉTODO
1. Explicar ao paciente o que vai ser feito.
2. Lavar as mãos.
3. Organizar o material e levar para próximo do paciente.
4. Inclinar a cabeça do paciente lateralmente (sentado ou deitado).
5. Retirar, através de conta-gotas, a medicação prescrita.
6. Entreabrir a orelha e pingar a medicação, evitando que o conta-gotas toque o orifício interno do ouvido. No adulto, puxar com delicadeza o pavilhão da orelha para cima e para trás, a fim de retificar o conduto auditivo. Na criança, puxar para baixo e para trás.
7. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem.
8. Providenciar a limpeza e a ordem do material.
9. Lavar as mãos.
10. Checar o horário na prescrição médica e fazer as anotações de enfermagem.
* A medicação deve ser administrada à temperatura ambiente. Se estiver na geladeira, retirar e aguardar o tempo necessário.

VIA PARENTERAL
É a administração de drogas ou nutrientes pelas vias intradérmica (ID), subcutânea (SC), intramuscular (IM), intravenosa (IV) ou endovenosa (EV).
Embora mais raramente e reservadas aos médicos, utilizam-se também as vias intra-arterial, intra-óssea, intratecal, intraperitonial, intrapleural e intracardíaca.
Existe uma fundamental diferença entre a VIA ENTERAL, em que o medicamento é introduzido no aparelho digestivo e a VIA PARENTERAL. Nesta, as substâncias são aplicadas diretamente nos tecidos através de injeção, com emprego de seringas, agulhas, cateteres ou hipospray.
Vantagens
• Absorção mais rápida e completa.
• Maior precisão em determinar a dose desejada.
• Obtenção de resultados mais seguros.
• Possibilidade de administrar determinadas drogas que são destruídas pelos sucos digestivos.
Desvantagens
• Dor, geralmente causada pela picada da agulha ou pela irritação da droga.
• Em casos de engano pode provocar lesão considerável.
• Devido ao rompimento da pele, pode ocorrer o risco de adquirir infecção.
• Uma vez administrada a droga, impossível retirá-la.
Requisitos básicos
• Drogas em forma líquida. Pode estar em veículo aquoso ou oleoso, em estado solúvel ou suspensão e ser cristalina ou coloidal.
• Soluções absolutamente estéreis, isentas de substâncias pirogênicas.
• O material utilizado na aplicação deve ser estéril e descartável, de preferência.
• A introdução de líquidos deve ser lenta, a fim de evitar rutura de capilares, dando origem a microembolias locais ou generalizadas.

PROBLEMAS QUE PODEM OCORRER
Embora muito utilizada para a administração de medicamentos, a via parenteral não é isenta de riscos.
As aplicações devem ser feitas com o máximo zelo, a fim de diminuir traumas e acidentes.
Os acidentes causam: dor, prejuízo (falta à escola e/ou serviço, gastos) deficiência e até morte.
Além dos problemas específicos a cada via, temos alguns problemas gerais, enumerados por HORTA & TEIXEIRA.
1. Infecções
Podem resultar da contaminação do material, da droga ou em conseqüência de condições predisponentes do cliente, tais como: mau estado geral e presença de focos infecciosos.
As infecções podem ser locais ou gerais.
Na infecção local, a área apresenta-se avermelhada, inturnescida, mais quente ao toque e dolorida.
Além disso, pode haver acumulo de pus, denominado abscesso.
Pode aparecer também fleimão ou flegmão, que é uma inflamação piogênica, com infiltração e propagação para os tecidos, caracterizando-se pela ulceração ou supuração.
Além das infecções locais em casos mais graves, a infecção pode generalizar-se, aparecendo então a septicemia: infecção generalizada, conseqüente à pronunciada invasão na corrente sangüínea por microorganismos oriundos de um ou mais focos nos tecidos, e possivelmente, com a multiplicação dos próprios microorganismos no sangue.
2. Fenômenos alérgicos
Os fenômenos alérgicos aparecem devido à susceptibilidade do indivíduo ao produto usado para anti-sepsia ou às drogas injetadas.
A reação pode ser local ou geral, podendo aparecer urticária, edema, o Fenômeno de Arthus ou mesmo choque anafilático.
O Fenômeno de Arthus é uma reação provocada por injeções repetidas no mesmo local, caracterizada pela não absorção do antígeno, ocasionando infiltração, edema, hemorragia e necrose no ponto de inoculação.
No choque anafilático aparece a dilatação geral dos vasos, com congestionamento da face, seguida de palidez, alucinações, agitação, ansiedade, tremores, hiperemia, cianose, edema de glote, podendo levar à morte.
3. Má absorção das drogas
Quando a droga é de difícil absorção, ou é injetada em local inadequado pode provocar a formação de nódulos ou abscessos assépticos, que além de incomodativos e dolorosos, fazem com que a droga não surta o efeito desejado.
4. Embolias
Resultam da introdução na corrente sangüínea de ar, coágulos, óleos ou cristais de drogas em suspensão. É um acidente grave conseqüente da falta de conhecimento e habilidade do profissional.
Pode ser devido à falta de aspiração antes de injetar uma droga, introdução inadvertida de ar, coágulo, substância oleosa ou suspensões por via intravenosa, ou à aplicação de pressão muito forte na injeção de drogas em suspensão ou oleosas, causando a rutura de capilares, com conseqüente microembolias locais ou gerais.
5. Traumas
Podemos dividi-los em trauma psicológico e trauma tissular.
No trauma psicológico, o cliente demonstra medo, tensão, choro, recusa do tratamento, podendo chegar à lipotimia. O medo pode levar à exagerada contração muscular, impedindo a penetração da agulha, acarretando acidentes ou a contaminação acidental do material.
É sempre de grande importância orientar o cliente, e acalmá-lo, antes da aplicação. Nos casos extremos, esgotados os recurso psicológicos, faz-se necessária uma imobilização adequada do cliente, a fim de evitar outros danos.
Os traumas tissulares são de etilogias diversas, podendo ser conseqüentes à agulha romba ou de calibre muito grande, que causa lesão na pele ou ferimentos, hemorragias, hematomas, equimoses, dor, paresias, parestesias, paralisias, nódulos e necroses, causando por técnica incorreta, desconhecimento dos locais adequados para as diversas aplicações, falta de rodízio dos locais de aplicação ou variações anatômicas individuais.
MATERIAL
Bandeja contendo:
• Seringas e agulhas esterilizadas. O ideal é usar material descartável.
• Algodão.
• Recipiente com álcool a 70%.
• Serrinha, se a ampola não for semi-serrada.
• Garrote.
• Medicamento prescrito.
• Cartão de identificação.
• Saco para lixo.
PREPARO DO MEDICMANTO EM AMPOLA
1. Lavar as mãos.
2. Certificar-se do medicamento a ser aplicado, dose, via e paciente a que se destina.
3. Antes de abrir a ampola, certificar-se que toda a medicação está no corpo da ampola e não no gargalo. Se não estiver, fazer a medicação descer fazendo movimentos rotatórios com a ampola.
4. Fazer desinfecção do gargalo com algodão embebido em álcool a 70%.
5. Proteger os dedos com algodão, ao serrar ou quebrar o gargalo.
6. Abrir a embalagem da seringa.
7. Adaptar a agulha ao bico da seringa, zelando para não contaminar as duas partes.
8. Certificar-se do funcionamento da seringa, verificando, também se a agulha está firmemente adaptada.
9. Manter a seringa com os dedos polegar e indicador e segurar a ampola entre os dedos médio e indicador da outra mão.
10. Introduzir a agulha na ampola e proceder à aspiração do conteúdo, invertendo lentamente a agulha, sem encostar na borda da ampola.
11. Virar a seringa com a agulha para cima, em posição vertical e expelir o ar que tenha penetrado.
12. Desprezar a agulha usada para aspirar.
13. Escolher, para a aplicação, uma agulha de calibre apropriado à solubilidade da droga e à espessura do tecido subcutâneo do paciente (VER Tabela).
14. Manter a agulha protegida com protetor próprio.
15. Identificar a seringa e colocá-la na bandeja com o algodão e o recipiente com álcool a 70%.
PREPARO DO MEDICAMENTO EM FRASCO (PÓ)
1. Retirar a tampa metálica, e fazer desinfecção da tampa da rolha com algodão embebido em álcool.
2. Abrir a ampola.
3. Preparar a seringa, escolhendo uma agulha de maior calibre (25 x 9, 10 ou 12).
4. Aspirar o líquido da ampola e introduzir no frasco. (A agulha deve apenas atravessar a tampa da rolha).
5. Retirar a seringa.
6. Homogenizar a solução, fazendo a rotação do frasco, evitando a formação de espuma.
7. Colocar ar na seringa, em volume igual ao medicamento a ser aspirado.
8. Soerguer o frasco, aspirando.
9. Retirar o ar contido na seringa.
10. Trocar de agulha e identificar a seringa.
SUGESTÕES PARA DIMINUIR A DOR NAS INJEÇÕES
1. Transmitir confiança.
2. Aplicar compressas quentes ou cubos de gelo, um pouco antes da aplicação.
3. Introduzir a agulha rapidamente.
4. Injetar a solução vagarosamente.
5. Deixar na seringa uma pequena bolha de ar que, injetada no final, evitará a dor, especialmente no caso de soluções irritantes para os tecidos.
6. Fazer rodízio de locais de aplicações, evitando áreas doloridas.
7. Escolher a agulha ideal ao tipo de paciente e da solução, evitando agulhas calibrosas demais (Tabela I).
8. Manter o paciente em posição confortável e apropriada (ver posição indicada).
9. Não aplicar com agulhas com pontas rombas ou rombudas.
10. Após a aplicação, fazer pressão leve e constante no local de penetração da agulha. Massagear a área, a não ser que haja contra-indicação.
11. Existem medicamentos doloridos que vem acompanhados de diluentes com anestésico.
INJEÇÃO INTRADÉRMICA (ID)
É a aplicação de drogas na derme ou córion.
Geralmente utilizada para realizar teste de hipersensibilidade, em processos de sensibilidade e imunização. (BCG).
ÁREA DE APLICAÇÃO
Na face interna do antebraço ou região escapular, locais onde a pilosidade é menor e oferece acesso fácil à leitura da reação aos alérgenos.
A vacina BCG intradérmica é aplicada na área de inserção inferior do deltóide direito.
MATERIAL

Bandeja contendo:
• Seringa especial, tipo insulina ou vacina.
• Agulha pequena: 13 x 3,8 ou 4,5.
• Etiqueta de identificação.
• Saco plástico para lixo.
MÉTODO
1. Lavar as mãos.
2. Preparar o medicamento, conforme técnica anteriormente descrita.
3. Explicar ao paciente o que vai fazer e deixá-lo em posição confortável e adequada.
4. Expor a área de aplicação.
5. Firmar a pele com o dedo polegar e indicador da mão não dominante.
6. Com a mão dominante, segurar a seringa quase paralela à superfície da pele (15") e com o bisel voltado para cima, injetar o conteúdo.
7. Retirar a agulha, sem friccionar o local. colocar algodão seco somente se houver sangramento ou extravasamento da droga.
8. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem.
9. Providenciar a limpeza e a ordem do material.
10. Lavar as mãos.
11. Anotar o cuidado.
Observações
1. A injeção ID geralmente é feita sem anti-sepsia para não interferir na reação da droga.
2. A substância injetada deve formar uma pequena pápula na pele.
3. A penetração da agulha não deve passar de 2 mm (somente o bisel).
INJEÇÃO SUBCUTÂNEA (SC)
A via subcutânea, também chamada hipodérmica, é indicada principalmente para drogas que não necessitam ser tão rapidamente absorvidas, quando se deseja eficiência da dosagem e também uma absorção contínua e segura do medicamento.
Certas vacinas, como a anti-rábica, drogas como a insulina, a adrenalina e outros hormônios, têm indicado especifica por esta via.
ÁREAS DE APLICAÇÃO
Os locais mais adequados para aplicação são aqueles afastados das articulações, nervos e grandes vasos sangüíneos:
- partes externas e superiores dos braços;
- laterais externas e frontais das coxas;
- região gástrica e abdome (hipocondrio D e E);
- nádegas;
- costas (logo acima da cintura).
Obs.: Na aplicação de injeções subcutâneas o paciente pode estar em pé, sentado ou deitado, com a área bem exposta.
Não se deve aplicar: - nos antebraços e pernas;
- nas proximidades do umbigo e da cintura;
- próximo das articulações;
- na região genital e virilha.
MATERIAL
Bandeja contendo:
• Seringa especial de 0,5 a 1 ml (seringa para insulina).
• Agulhas pequenas 13 x 3,8 ou 4,5.
• Álcool a 70%.
• Algodão.
• Etiqueta de identificação.
• Saco plástico para lixo.
MÉTODO
1. Lavar as mãos.
2. Preparo da medicação conforme técnica anteriormente descrita.
3. Explicar ao paciente o que vai fazer e deixá-lo confortável, sentado ou deitado.
4. Expor a área de aplicação e proceder a anti-sepsia do local escolhido.
5. Permanecer com o algodão na mão não dominante.
6. Segurar a seringa com a mão dominante, como se fosse um lápis.
7. Com a mão não dominante, fazer uma prega na pele, na região onde foi feita a anti-sepsia.
8. Nesta prega cutânea, introduzir a agulha com rapidez e firmeza, com ângulo de 90º (perpendicular à pele).
9. Aspirar para ver se não atingiu um vaso sanguíneo, exceto na administração da heparina.
10. Injetar o líquido vagarosamente.
11. Esvaziada a seringa, retirar rapidamente a agulha, e com algodão fazer ligeira pressão no local, e logo após, fazer a massagem. Para certos tipos de drogas, como a insulina e a heparina, não é conveniente a massagem após a aplicação, para evitar a absorção rápida.
12. Observar o paciente alguns minutos, para ver se apresenta alterações.
13. Providenciar a limpeza e a ordem do material.
14. Lavar as mãos.
15. Checar o cuidado fazendo as anotações necessárias.
OBSERVAÇÕES
1. Não utilizando a agulha curta, a angulação será de 45º para indivíduos normais, 60º para obesos e 30º para excessivamente magros.
2. A diluição das drogas deve ser feita com precisão e segurança. Na dúvida, não aplicar.
3. Na aplicação da heparina subcutânea, para evitar traumatismo do tecido, não é recomendado aspirar antes de injetar a medicação e para evitar absorção rápida da medicação, não se deve massagear o local após a aplicação.
4. Na aplicação de insulina, utilizar a técnica do revezamento, que é um sistema padronizado de rodízio dos locais das injeções para evitar abscessos, lipodistrofias e o endurecimento dos tecidos na área da injeção.
INJEÇÃO INTRAMUSCULAR (IM)
É a deposição de medicamento dentro do tecido muscular.
Depois da via endovenosa é a de mais rápida absorção; por isso o seu largo emprego.
Locais de aplicação
Na escolha do local para aplicação, é muito importante levar em consideração:

a) a distância em relação a vasos e nervos importantes;
b) musculatura suficientemente grande para absorver o medicamento;
c) espessura do tecido adiposo;
d) idade do paciente;
e) irritabilidade da droga;
f) atividade do cliente;
São indicadas, para aplicação de injeção intramuscular as seguintes regiões:

a) região deltoidiana - músculo deltoíde.
b) região ventro-glútea ou de Hachstetter - músculo glúteo médio.
c) região da face ântero-lateral da coxa - músculo vasto lateral (terço médio).
d) região dorso-glúteo - músculo grande glúteo (quadrante superior externo).
Escolha do local
Embora existam controvérsias, segundo CASTELLANOS a ordem de preferência deve ser:
1º Região ventro-glútea: indicada em qualquer idade.
2º Região da face ântero-lateral da coxa: contra-indicada para menores de 28 dias e indicada especialmente para lactentes e crianças até 10 anos.
3º Região dorso-glútea: contra-indicada para menores de 2 anos, maiores de 60 anos e pessoas excessivamente magras.
4º Região deltoidiana: contra-indicada para menores de 10 anos e adultos com pequeno desenvolvimento muscular.
Observações
1. Em nosso meio, a região FALC é usada também para recém-nascidos e a região DG também para menores de 2 anos.
2. Na escolha do local, devem ser consideradas as condições musculares.
Escolha da agulha
Para aplicar com agulha ideal, deve-se levar em consideração: o grupo etário, a condição física do cliente e a solubilidade da droga a ser injetada.
TABELA I
Dimensões de agulhas em relação ao grupo etário, condição física e tipo de solução ( Injeção IM)
Espessura da tela subcutânea Soluções aquosas Soluções oleosas e suspensões
Adulto: magro
normal
obeso 25 x 6 ou 7
30 x 6 ou 7
40 x 6 ou 7 25 x 8 ou 9
30 x 8 ou 9
40 x 8 ou 9
Criança: magra
normal
obesa 20 x 6 ou 7
25 x 6 ou 7

30 x 6 ou 7 20 x 8
25 x 8
30 x 8
Adaptado de Horta & Teixeira
Angulação da agulha
Nas regiões D e DG, a posição é perpendicular à pele, num ângulo de 90º.
Na região VG, recomenda-se que a agulha seja dirigida ligeiramente à crista ilíaca.
Na região FALC o ângulo deve ser de 45º, em direção do pé.
MÉTODO
1. Preparar o medicamento conforme técnica descrita.
2. Levar o material para perto do paciente, colocando a bandeja sobre a mesinha.
3. Lavar as mãos.
4. Explicar o que vai fazer e expor a área de aplicação.
5. Com os dedos polegar e indicador da mão dominante, segurar o corpo da seringa e colocar o dedo médio sobre o canhão da agulha.
6. Com a mão dominante, proceder à anti-sepsia do local. Depois, manter o algodão entre o dedo mínimo e anular da mesma mão.
7. Ainda com a mão dominante, esticar a pele segurando firmemente o músculo.
8. Introduzir rapidamente a agulha com o bisel voltado para o lado, no sentido das fibras musculares.
9. com a mão dominante, puxar o êmbolo, aspirando, para verificar se não lesionou um vaso.
10. Empurrar o êmbolo vagarosamente.
11. Terminada a aplicação, retirar rapidamente a agulha e fazer uma ligeira pressão com o algodão.
12. Fazer massagem local enquanto observa o paciente.
13. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem.
14. Providenciar a limpeza e a ordem do material.
15. Lavar as mãos.
16. Checar o cuidado fazendo as anotações necessárias.
OBSERVAÇÕES
1. Em caso de substâncias oleosas, pode-se aquecer um pouco a ampola para deixá-la menos densa.
2. Em caso de substância escura, puncionar com seringa em medicação e aspirar. Não vindo sangue, adaptar a seringa com a medicação e injetar.
3. Caso venha sangue na seringa, retirar imediatamente e aplicar em outro local.
4. Injeções de mais de 3 ml. não devem ser aplicadas no deltóide.
5. O volume máximo para injeção IM é de 5 ml. Volume acima de 5 ml, fracionar e aplicar em locais diferentes.
6. Estabelecer rodízio nos locais de aplicação de injeções.
7. O uso do músculo deltóide é contra-indicado em pacientes com complicações vasculares dos membros superiores, pacientes com parestesia ou paralisia dos braços, e aquelas que sofreram mastectomia.
APLICAÇÃO EM Z OU COM DESVIO
É usada para evitar o refluxo da medicação, prevenindo irritação subcutânea e manchas pelo gotejamento sa solução no trajeto da agulha.
MÉTODO
1. Puxar a pele e o tecido subcutâneo para um lado (uns 2 cm) e manter assim até o final da aplicação.
2. Com a outra mão, inserir a agulha, aspirar com a ajuda dos dedos polegar e indicador e empurrar o êmbolo com o polegar.
3. Retirar a agulha e só então liberar a mão não dominante, deixando o tecido subcutâneo e a pele voltarem ao normal.
TABELA II
Injeção IM: Locais de Aplicação, Delimitação da área e Posição do Cliente
REGIÃO DELIMITAÇÃO DA ÁREA POSIÇÃO DO CLIENTE
1. Deltoidiana (D) Face lateral do braço, aproximadamente 4 dedos abaixo do ombro, no centro do músculo deltóide. Preferencialmente sentado, com o antebraço flexionado, expondo completamente o braço e o ombro.
2. Dorso-glutea (DG) Dividir o glúteo em 4 partes e aplicar no quadrante superior externo. Deitado, em decúbito ventral, com a cabeça de preferência voltada para o aplicador - a fim de facilitar a observação de qualquer manifestação facial de desconforto ou dor durante a aplicação. Os braços devem ficar ao longo do corpo e os pés virados para dentro.
Deve-se evitar aplicações na região DG com o cliente em decúbito lateral, pois nessa posição há distorção dos limites anatômicos, aumentando a possibilidade de punções mal localizadas. A posição do cliente em pé também deve ser evitada, pois há completa contração dos músculos glúteos nesse decúbito. A contração pode ser atenuada solicitando ao cliente que flexione levemente a perna em que será aplicada a injeção. No caso de crianças, especialmente as agitadas, há necessidade de uma contenção firme, sendo recomendado o auxílio da mãe, colocando a criança em decúbito ventral no colo, segurando os braços com as mãos e colocando as pernas da criança entre suas pernas, firmando bem.
3. Ventro-glútea (VG) Colocar a mão não dominante no quadril do paciente, espalmando a mão sobre a base do grande trocanter do fêmur, localizando a espinha ilíaca ântero-superior. Fazer a injeção no centro da área limitada pelos dois dedos abertos em V. Nesse local não é necessária posição especial. No entanto, especialmente no caso de principiantes a delimitação da área é facilitada com o paciente em decúbito lateral. Se a musculatura do paciente esxtiver tensa, a flexão dos joelhos auxilia no relaxamento.
4. Músculo vasto lateral da coxa (FALC) Dividir a coxa em 3 partes e fazer a aplicação na região ântero-lateral do terço médio. De preferência, o paciente deve ficar sentado, com a perna fletida, ou deitado em decúbito dorsal, com as pernas distendidas.
INJEÇÃO ENDOVENOSA (EV)
É a introdução de medicamentos diretamente na veia.
FINALIDADES
1. Obter efeito imediato do medicamento.
2. Administração de drogas, contra-indicadas pela via oral, SC, IM, por sofrerem a ação dos sucos digestivos ou por serem irritantes para os tecidos.
3. Administração de grandes volumes de soluções em casos de desidratação, choque, hemorragia, cirurgias.
4. Efetuar nutrição parenteral.
5. Instalar terapêutica com sangue e hemoderivados.
LOCAIS DE APLICAÇÃO
Qualquer vais acessível, dando-se preferência para:
Veias superficiais de grande calibre da dobra do cotovelo: cefálica e basílica.
Veias do dorso da mão e antebraço.
MATERIAL
Bandeja contendo:
• Seringas de preferência de bico lateral.
• Agulhas tamanhos 25 x 7 ou 8 ou 30 x 7 ou 8.
• Algodão e ácool a 70%.
• Garrote.
• Toalha, papel-toalha, plástico ou pano para forrar o local da aplicação.
• Etiqueta ou cartão de identificação.
• Luvas de procedimento.
• Saco plástico para lixo.
MÉTODO
1. Lavar as mãos.
2. Preparar a injeção conforme técnica já descrita.
3. Levar a bandeja para perto do paciente.
4. Deixar a bandeja na mesa-de-cabeceira e preparar o paciente: explicar o que vai fazer; expor a área de aplicação, verificando as condições das veias; colocar o forro para não sujar o leito.
5. Calçar as luvas.
6. Garrotear sem compressão exagerada, aproximadamente 4 dedos acima do local escolhido para a injeção. Em pacientes com muitos pêlos, pode-se proteger a pele com pano ou com a roupa do paciente.
7. Fazer o paciente abrir e fechar a mão diversas vezes e depois conservá-la fechada, mantendo o braço imóvel.
8. Fazer a anti-sepsia ampla do local, com movimentos de baixo para cima.
9. Fixar a veia com o polegar da mão não dominante.
10. Colocar o indicador da mão dominante sobre o canhão da agulha, e com os demais dedos, segurar a seringa. O bisel da agulha deve estar voltado para cima.
11. Se a veia for fixa, penetrar pela face anterior. Se for móvel, penetrar por uma das faces laterais, empurrando com a agulha até fixá-la.
12. Evidenciada a presença de sangue na seringa, pedir para o paciente abrir a mão e retirar o garrote.
13. Injetar a droga lentamente, observando as reações do paciente.
14. Terminada a aplicação, apoiar o local com algodão embebido em álcool.
15. Retirar a agulha, comprimir o vaso com algodão, e solicitar ao paciente para permanecer com o braço distendido. Não flexioná-lo quando a punção ocorrer na dobra do cotovelo, pois esse procedimento provoca lesão no tecido.
16. Retirar as luvas.
17. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem.
18. Providenciar a limpeza e a ordem do material.
19. Lavar as mãos.
20. Checar o cuidado e fazer as anotações necessárias.
OBSERVAÇÕES
1. Não administrar drogas que contenham precipitados ou flóculos em suspensão.
2. Para administrar dois medicamentos ao mesmo tempo, puncionar a veia uma vez, usando uma seringa para cada droga. Só misturar drogas na mesma seringa se não existir contra-indicação.
3. Usar só material em bom estado: seringa bem adaptada, agulha de calibre adequado.
4. Mudar constantemente de veia.
5. A presença de hematoma ou dor indica que a veia foi transfixada ou a agulha está fora dela: retirar a agulha e pressionar o local com algodão. A nova punção devera ser feita em outro local, porque a recolocação do garrote aumenta o hematoma.
6. Para facilitar o aparecimento da veia pode-se empregar os seguintes meios:
A. Aquecer o local com auxilio de compressas ou bolsas de água quente.
B. Fazer massagem local com suavidade, sem bater. Os "tapinhas"sobre a veia devem ser evitados, pois além de dolorosos podem lesar o vaso. Nas pessoas com ateroma, pode haver seu desprendimento, causando sérias complicações.
C. Pedir ao paciente que, com o braço voltado para baixo, movimente a mão (abrir e fechar) e o braço (fletir e estender) diversas vezes.
ACIDENTES QUE PODEM OCORRER
1. Choque: vaso-dilatação geral com congestão da face, seguida de palidez, vertigem, agitação, ansiedade, tremores, hiperemia, cianose, podendo levar a morte. O choque pode ser:
a. Pirogênico: atribuído à presença de "pirogênio"no medicamento (substância produzida por bactérias existentes no diluente).
b. Anafilático: devido à susceptibilidade do indivíduo à solução empregada.
c. Periférico: etiologia variada (emocional, traumático, superdosagem, aplicação rápida).
2. Embolia: devido à injeção de ar, coágulo sangüíneo ou medicamento oleoso.
3. Acidentes locais:
• Esclerose da veia por injeções repetidas no mesmo local.
• Necrose tecidual: devido a administração de substâncias irritantes fora da veia.
• Hematomas: por rompimento da veia e extravasamento de sangue nos tecidos próximos.
• Inflamação local e abscessos: por substâncias irritantes injetadas fora da veia ou falta de assepsia.
• Flebites: injeções repetidas na mesma veia ou aplicação de substâncias irritantes.
APLICAÇÃO DE INJEÇÃO ENDOVENOSA EM PACIENTES COM SORO
Devido ao risco de contaminação e acidentes, a aplicação de medicamentos através da "borrachinha" deve ser evitada. Nesse caso, o melhor é usar equipos com infusor lateral ou conectores em y (Polifix).
Na ausência de dispositivos especiais, aconselha-se:
1. Pinçar o equipo de soro e desconectá-lo do escalpe. Adaptar a seringa, com a medicação ao escalpe mantendo a extremidade do equipo entre os dedos, sem contaminá-lo.
2. Aspirar com a seringa. Havendo refluxo de sangue, administrar lentamente o medicamento.
3. Terminada a aplicação, adaptar novamente o equipo ao escalpe, evitando a entrada de ar, e regular o gotejamento do soro.
VENÓCLISE
É a introdução de grande quantidade de líquido, por via endovenosa.
Locais de aplicação
De preferência veias que estejam distantes de articulações, para evitar que com o movimento a agulha escape da veia.
MATERIAL
Bandeja contendo:
• Agulha ou escalpe*.
• Equipo para soro (plastequipo).
• Frasco com a solução prescrita.
• Esparadrapo ou micropore.
• Suporte para o frasco de soro.
• Tesoura.
• Saco plástico para lixo. • Luvas de procedimento.
• Etiqueta de identificação.
• Garroto.
• Algodão.
• Cuba-rim.
• Álcool a 70%.
Quando necessário: Tala para imobilizar e ataduras.
* Ao invés da agulha, melhor é utilizar conjunto alado para infusão, também chamado escalpe ou Butterfly.
Vantagem do "escalpe "sobre a agulha comum:
1. As asas podem ser dobradas para cima, facilitando a introdução na veia.
2. A ausência de canhão permite melhor controle sobre a agulha e envia maior angulação.
3. É menos traumatizante, pois são apresentados em diversos calibres e com bisel curto que reduz a possibilidade de transfixar a veia.
4. Após a introdução na veia, as asas são soltas, proporcionando um contato plano menos irritante para o paciente.
5. A numeração dos escalpes na escala descendente é 27,25,23,21,19 e 17 para o uso comum, existindo outros calibres para tratamentos especializados.
MÉTODO
I. Preparo do ambiente e do paciente
1. Conversar com o paciente sobre o cuidado a ser executado.
2. Providenciar suporte para o soro.
3. Verificar as condições de iluminação e aeração.
4. Desocupar a mesa-de-cabeceira.
II. Preparo do medicamento
1. Lavar as mãos.
2. Abrir o frasco com a solução e o equipo.
3. Introduzir no frasco de soro, os medicamentos prescritos.
4. Adaptar o equipo no frasco.
5. Retirar o ar, pinçar e proteger a extremidade do equipo.
6. Rotular o frasco com nome do paciente, leito, o conteúdo da solução, horário de início e término, número de gotas/minuto, data e assinatura do responsável pelo preparo.
III. Aplicação
1. Lavar as mãos.
2. Levar o material na bandeja e colocar na mesa-de-cabeceira.
3. Separar as tiras de esparadrapo ou micropore.
4. Selecionar a veia a ser puncionada.
5. Colocar o frasco no suporte e aproximá-lo do paciente.
6. Posicionar o paciente de modo a mantê-lo confortável e facilitar a visualização das veias.
7. Calçar as luvas.
8. Prender o garrote aproximadamente 4 dedos acima do local da punção e pedir ao paciente para abrir e fechar as mãos (se MMSS), e conservá-la fechada.
9. Fazer anti-sepsia da área, com movimentos firmes e no sentido do retorno venoso, para estimular o aparecimento das veias.
10. Desprezar o algodão no saco plástico.
11. com o polegar da mão não dominante, fixar a veia, esticando a pele, abaixo do ponto de punção.
12. Introduzir o escalpe e tão logo o sangue preencha totalmente o escalpe, pedir para o paciente abrir a mão, soltar o garrote e adaptar o escalpe ao equipo.
13. Abrir o soro observando o local da punção.
14. Fixar o escalpe com o esparadrapo ou micropore.
15. Controlar o gotejamento do soro, conforme prescrição.
16. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem.
17. Providenciar a limpeza e a ordem do material.
18. Retirar as luvas e lavar as mãos.
19. Anotar o horário da instalação.
OBSERVAÇÕES
1. Observar o local da punção, para detectar se o escalpe está na veia, evitando edema, hematoma, dor e flebite.
2. Controlar o gotejamento do soro de 2/2 horas.
3. No caso de obstrução do cateter ou escalpe, tentar aspirar o coágulo com uma seringa. Jamais empurrá-lo.
4. Para verificar se o soro permanece na veia:
a. Observar a ausência de edema, vermelhidão ou dor no local.
b. Colocar o frasco abaixo do local de punção, a fim de verificar se há refluxo de sangue para o escalpe.
 Devido ao risco de contaminação, não se deve desconectar o soro escalpe para ver se o sangue reflui.
 Caso os teste demonstrem problemas, providenciar imediatamente nova punção.
5. Em casos de pacientes inconscientes, agitados e crianças, fazer imobilizações.
6. Se o acondicionamento da solução for em frasco tipo "Vacotimer", ao retirar a borracha que recobre os orifícios de entrada do equipo e do ar, observar se faz ruído pela entrada do ar. Se não o fizer, não deverá ser usado.
7. Só aplicar soluções límpidas.
8. Nos frascos de plástico não há necessidade de colocar a agulha para fazer o respiro. Se julgar conveniente colocá-la, observar que não haja contaminação do conteúdo, fazendo desinfecção do local de inserção da agulha e evitando que a agulha toque no conteúdo líquido.
9. Usualmente o frasco fica pendurado no suporte, numa altura aproximada de um metro acima do leito, mas pode variar conforme a pressão que se deseja obter. Quanto mais alto estiver o frasco, maior é a força da gravidade que impulsiona o líquido.

HEPARINIZAÇÃO
É a administração de uma solução anticoagulante (heparina ou liquemine) para evitar a coagulação do sangue no equipo, mantendo-o o pérvio.
São bastante controvertidas as quantidades recomendadas para heparinizar.
A "ABBOTT"- Divisão hospitalar recomenda:
0,2 ml de heparina I.V. (concentração de 5.000 U.I./ml).
9,8 ml de soro fisiológico.
Aplicar 0,5 a 1,0 ml da solução preparada.
Observações
1. O escalpe heparinizado deve ser trocado quando surgirem sinais de flebite ou infiltração como: edema, dor e vermelhidão no local.
2. A heparina diluída, guardada no refrigerador a 4ºC, pode ser utilizada até 72 horas após seu preparo.
3. Certos serviços de saúde já utilizam a heparina que vem diluída da farmácia, pronta para uso.
4. Recomenda-se trocar a solução heparizada contida no interior do cateter, a cada 8 horas, caso não haja administração de medicamento neste período.
5. É utilizada, também vitamina C sem diluir, para manter o cateter desobstruído.
CÁLCULO PARA GOTEJAMENTO DE SORO
Para calcular o ritmo do fluxo do soro a ser administrado num determinado período de tempo, deve-se considerar o tipo de equipo, a quantidade e o número de horas desejado para a administração do soro. Existe no mercado equipo de micro e macrogotas, que correspondem respectivamente a 60 gotas e a 20 gotas por ml.
Para administrar um soro de 500 ml em 8 horas, utilizando equipo de macrogotas ( equipo padrão), efetuaremos o seguinte cálculo:
1º 1ml = 20 gotas
50 ml = x = 10.000 gotas
2º 1 hora = 60 minutos
8 horas = x = 480 minutos
3º 10.000 gotas = 20.8
480 minutos = 21,0 gotas por minuto
TABELA II
Tabela de gotejamento de soro
Quantidade 500 ml 1000 ml 2000 ml
Nºhoras Nºgotas Nºgotas Nºgotas
24 7,0 14,0 28,0
18 9,0 18,0 37,0
12 14,0 27,0 55,0
10 16,0 33,0 66,0
8 21,0 42,0 83,0
6 28,0 55,0 111,0
Obs.: 1) Para controle mais preciso de gotejamento e quantidade a ser infundida existem aparelhos apropriados, como a bomba infusora.

CATETERES
O uso constante da rede venosa para administração de medicamentos, sangue e coleta de sangue para exames laboratoriais, e as condições próprias das veias do paciente, as vezes recomendam que se utilizem caleteres venosos, que podem ser de curta ou longa permanência.
O catete de curta permanência mais comum é o Intracath. E dentre os de longa permanência, existem os totalmente implantados (Port-a-cath) e os parcialmente implantados (Broviac e Hickman).
Os cuidados variam conforme o tipo de cateter.
Geralmente é recomendado:
1. Manter o cateter sob infusão continua (preferencialmente) ou haparinizado.
2. Fazer diariamente curativo no local de implantação do cateter, observando as condições locais. Utilizar para anti-sepsia soluções a base de iodo ( Polvidine tópico, por exemplo).
3. Controlar o tempo de permanência do cateter.
4. Observar possíveis complicações, como febre ou outros sintomas sugestivos de infecção.

FLEBOTOMIA
É uma pequena abertura cirúrgica em uma veia calibrosa e profunda para introduzir um cateter.
Cuidados
1. Fazer, diariamente, curativo no local, com soluções à base de iodo.
2. Observar o local da incisão, onde pode ocorrer: edema, hematoma ou sangramento.
3. Deixar o paciente com o braço em elevação de 30º para facilitar o retorno venoso e prevenir edema.
4. Manter infusão contínua para evitar obstrução do cateter. Se o cateter obstruir, não injetar nada para tentar desobstruí-lo, pois o deslocamento do coágulo pode levar à embolia.
5. Observar a extremidade do cateter, evitando torções.
6. Observar os sinais e sintomas de tromboflebite: dor, hiperemia (rubor), calor e edema no trajeto do vaso.
7. Não administrar colher sangue pela flebotomia.
8. Trocar o equipo a cada troca de soro.
9. Ao desconectar o equipo do cateter, fazê-lo com cuidado evitando a contaminação das partes e a entrada de ar.
VIA RESPIRATÓRIA
Os gases medicinais são muito utilizados para o tratamento de patologias e para a anestesia.
Embora existam vários tipo de gases medicinais, como o Hélio (He), o dióxido de carbono (CO2), o óxido nitroso (N2O), o Nitrogênio (N2), o mais comumente usado é o Oxigênio (O2).

OXIGENOTERAPIA
É a administração de oxigênio medicinal com finalidade terapêutica.
INDICAÇÕES
1. Hipoxemia de qualquer origem.
2. Reanimação cardiorespiratória.
Medidas de Segurança
Sendo o oxigênio inflamável, é muito importante.
1. Não permitir fumar no local - colocar avisos de "Não fumar".
2. Cuidado com aparelhos elétricos que podem emitir faíscas.
3. Roupas que contém nylon, seda, podem gerar eletricidade estática e produzir faíscas.
4. Nunca usar graxa ou óleo nas válvulas e no manômetro de oxigênio.
5. Transportar o torpedo com cuidado, pois na queda pode provocar explosão ( o ideal é que seja canalizado).
Cuidados com o umidificador
1. O oxigênio precisa sempre ser administrado, pois a inalação por longos períodos com baixa umidade lesa o epitélio da mucosa respiratória, dificultando a eliminação do muco e provocando uma reação inflamatória subepitelial.
2. Manter o umidificador sempre com água até a marcar ou no mínimo 2/3 de sua capacidade.
3. A água usada no umidificador deve ser estéril.
4. Ao verificar que o nível da água no umidificador está baixo, desprezar a água restante e recolocar nova água. Jamais acrescentar água ao volume restante, para evitar de torná-la um meio de cultura.
MATERIAL BÁSICO
• Oxigênio canalizado ou em torpedo.
• 02 manômetros: um indica a quantidade de oxigênio no torpedo e o outro controla o fluxo de saída (fluxômetro).
• Umidificador
• Aviso de "não fumar".
• Esparadrapo
• Gaze.
• Soro fisiológico.
• Saco para lixo.
• Intermediário de látex ou plástico, com 1 ou 2 metros de comprimento, para permitir que o paciente possa se movimentar.
MEIOS DE ADMINISTRAÇÃO
O oxigênio pode ser administrado por intermédio de :
• Cânula nasal ( óculos para oxigênio).
• Cateter nasal.
• Máscara facial.
• Cânula endotraqueal.
• Incubadora ( crianças).
• HOOD ( capacetes de cabeça).
CÂNULA NASAL
É usada quando não é necessária grande pressão na administração de oxigênio.
Acrescentar ao material básico:
• Cânula nasal.
MÉTODO
1. Conversar com o paciente sobre o cuidado.
2. Preparar o ambiente, verificando as medidas de segurança.
3. Lavar as mãos.
4. Organizar e trazer o material para junto do paciente.
5. Colocar o paciente em posição confortável.
6. Adaptar a cânula ao intermediário e este ao umidificador.
7. Abrir o fluxômetro.
8. Lubrificar com soro fisiológico.
9. Colocar a cânula no nariz do paciente, fixando-a com fita adesiva.
10. Manter o fluxo de oxigênio -3 a 5 litros por minuto ou conforme prescrição médica.
11. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem.
12. Lavar as mãos.
13. Anotar o cuidado feito e fazer as anotações necessárias.
CATETER NASAL
Acrescentar ao material básico:
• Cateter nasal (nº 6,8,10 ou 12), conforme a idade do paciente e a quantidade de oxigênio desejada.
• Ampola de soro fisiológico.
• Luvas de procedimento.
MÉTODO
1. Explicar ao paciente sobre o cuidado.
2. Preparar o ambiente, verificando as medidas de segurança.
3. Lavar as mãos.
4. Organizar o material e trazer para perto do paciente.
5. Colocar o paciente em posição de Fowler.
6. Unir o cateter ao intermediário e este ao umidificador.
7. Calçar as luvas.
8. Medir, com o cateter, a distância entre a ponta do nariz e o lóbulo da orelha, marcando com esparadrapo, para determinar quanto o cateter deve ser introduzido.
9. Abrir o fluxômetro e deixar fluir um pouco de oxigênio para evitar acidentes por saída intempestiva de oxigênio.
10. Umedecer o cateter com soro fisiológico, segurando-o com a gaze.
NEBULIZAÇÃO / INALAÇÃO
É a administração de medicamentos por via respiratória, através de um aparelho chamado nebulizador ou inalador. O medicamento líquido é transformado em névoa, que é inalada, para fluidificar as secreções aderidas na parede brônquica.
Medicamentos mais usados: Soluções fisiológica, Berotec, Adrenalina, Atrovent, Salbutamol.
MATERIAL
• Fonte de oxigênio ou ar comprimido.
• Nebulizador (existem diversos tipos) com a medicação.
• Intermediário de borracha.
• Cuba-rim ou escarradeira.
• Lenço de papel.
• Saco plástico para lixo.
MÉTODO
1. Explicar ao paciente o cuidado a ser executado.
2. Lavar as mãos.
3. Organizar o material, colocando o medicamento no nebulizador.
4. Preparar o paciente para receber o tratamento: em posição de Fowler, ou sentado em uma cadeira.
5. Retirar o frasco umidificador e ligar o nebulizador à fonte de oxigênio ou ar comprimido, para que o fluxo aja diretamente sobre o medicamento que está no nebulizador.
6. Regular o fluxo de oxigênio ou ar comprimido de acordo com a prescrição: geralmente 3 litros.
7. Instruir o paciente para inspirar profundamente a medicação e expirar lentamente, permanecendo com a boca semi aberta, sem conversar.
8. Manter a nebulização durante o tempo indicado e observar o paciente.
10. Oferecer lenço de papel e orientar para escarrar, tossindo profundamente. Ajudá-lo fazendo tapotagem ou vibração na região onde há acúmulo de secreção.
11. Providenciar a limpeza e a ordem do material.
12. Lavar as mãos.
13. Anotar o cuidado prestado, volume e característica do escarro.
OBSERVAÇÕES
1. No momento de usar o nebulizador, enxaguá-lo em água corrente para remover o desinfetante.
2. Os nebulizadores são também chamados inaladores e atualmente os mais usados são de plástico.
3. Após o uso, o nebulizador deve ser lavado, enxaguado e depois colocado em recipiente fechado contendo uma solução desinfetante, como hipoclorito de sódio, por uma hora. Em seguida, enxaguar e secar.
4. Os líquidos usados em nebulizadores deverão ser estéreis.
5. Frascos contendo doses múltiplas deverão ser datados, mantidos refrigerados a 4ºC e desprezados24 horas após a abertura.
6. Após a nebulização, estimular o paciente a tossir, respirar profundamente e, se possível, inclinar o tronco para a frente, a fim de auxiliar a drenagem de secreções broncopulmonares.
SAÚDE NO FOCO