sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Curiosidade, O que fazer em casos de soluço

Resolvi escrever sobre esse tema que julgo curioso por envolver tanto a ciência quanto a crença popular que nos traz algumas soluções meio estranhas, mas que juram que resolvem esse desconfortável e às vezes inoportuno evento que atinge não só o homem, mas também alguns animais. Sendo assim vamos compreender esse evento.
O soluço resulta de um estímulo involuntário de músculos relacionados com a respiração, principalmente o diafragma (calota muscular que divide o tórax do abdômen), levando a uma inspiração rápida e curta, não sincronizada com o ciclo respiratório.

Na grande maioria das vezes o soluço causa não mais do que um desconforto com duração de poucos minutos. No entanto, certas vezes, os soluços podem permanecer por várias horas ou dias, levando a busca de atendimento médico.

Apesar de não haver um mecanismo conhecido para o início de um episódio de soluço, certas situações são descritas como causas corriqueiras de soluço.

Vejamos alguns exemplos :

• distensão gástrica pela ingesta de bebidas com gás (refrigerantes),

• deglutição de ar ou alimentação em grande volume,

• mudanças súbitas de temperatura de alimentos ingeridos ou mesmo da pele (sauna-ducha gelada),

• ingesta de álcool, e gargalhadas.

Situações de soluços persistentes ou recorrentes já foram relacionadas a mais de uma centena de causas.

Causas neurológicas:

• Traumatismo (acidentes de carro), acidente vascular cerebral ("derrame"), tumor cerebral.
Causas metabólicas:

• Insuficiência renal com altos níveis de uréia sangüínea, respiração rápida levando a diminuição de dióxido de carbono no sangue, excesso ou falta de íons (K, Na, por exemplo). Estímulo direto ao nervo vago: Objetos acidentalmente introduzidos no ouvido, aumento da tireóide, tumores no trajeto do nervo vago na cabeça, pescoço, tórax ou abdômen, pneumonias, infarto, esofagite, hepatites e pancreatites.

Causas cirúrgicas:

• Anestesia geral e estado pós-anestésico

Muitas vezes a causa do soluço não pode ser descoberta.
Algumas manobras podem ser úteis na resolução de quadros agudos e benignos de soluço. Entre elas estão a tração da língua, elevação da úvula ("sininho" da garganta) com uma colher, ingesta de uma colher de açúcar, trancar a respiração, assoar o nariz, dobrar as pernas sobre o abdômen, inspiração rápida (como ocorre quando levamos um susto) e alívio da distensão abdominal por eructação (arroto) ou sonda nasogástrica.

Quando o soluço chega a motivar procura de assistência médica, geralmente já está presente há pelo menos várias horas ou dias. Nesse caso, as causas acima mencionadas de soluço persistente devem ser investigadas.

A ordem da investigação será orientada pela presença ou não de sintomas concomitantes ao soluço que possam indicar uma causa.

A avaliação inclui um exame neurológico detalhado, seguido de exames básicos de sangue e radiografia de tórax. Não sendo encontrada a causa e permanecendo com o sintoma, a avaliação prossegue com tomografias de crânio, tórax e abdômen, ecocardiografia, broncoscopia e endoscopia digestiva.

Se uma causa é descoberta, o tratamento deve ser direcionado à causa. Se não é descoberta ou se o tratamento não é possível, certas medicações, geralmente de natureza sedativa podem ser usadas. Pela sua natureza, essas medicações sempre exigem avaliação específica do caso em questão e prescrição médica.

Seguem algumas dicas de Luciana Camacho-Lobato, chefe do setor de Motilidade Digestiva da Unifesp, para fazer o soluço parar:

• Beba água fria lentamente;

• Respire fundo e prenda o ar o máximo que puder;

• Faça gargarejos com água durante um ou dois minutos;

• Coma açúcar, miolo de pão, gelo moído ou uma fatia de limão;

• Respire repetidamente num saco de papel;

• Puxe sua língua para provocar reações de vômito;

• Coce o céu da boca com um cotonete de algodão;

• Erga os joelhos até o peito e incline-se;

• Tome o bom e velho susto! Parece crendice popular, mas funciona.

NOTA: Comente o que achou do post e se acaso utilizou alguma das técnicas mencionadas e se foram eficazes.

SAUDE NO FOCO





segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

APENDICITE


A apendicite é inflamação do apêndice.
O apêndice é uma pequena estrutura tubular em forma de dedo que se projeta do intestino grosso próximo do ponto onde este une-se ao intestino delgado. O apêndice pode ter alguma função imune não muito bem descrita em literaturas, acredita-se que sua função imune seja pequena a ponto de não ser tido como órgão essencial.
Com exceção das hérnias encarceradas, a apendicite é a causa mais comum de dor abdominal súbita e intensa e de cirurgia abdominal nos Estados Unidos. A apendicite é mais comum entre os 10 e 30 anos de idade.
A causa da apendicite não é totalmente compreendida. Na maioria dos casos, é provável que uma obstrução no interior do apêndice desencadeie um processo no qual ele torna-se inflamado e infectado.
Se a inflamação persistir sem tratamento, o apêndice pode romper. Um apêndice roto permite o extravasamento do conteúdo intestinal rico em bactérias para o interior da cavidade abdominal, causando a peritonite, a qual pode acarretar uma infecção potencialmente letal.
A ruptura também pode provocara formação de um abcesso. Na mulher, podem ocorrer infecção dos ovários e das tubas uterina se a conseqüente obstrução das tubas uterinas pode causar infertilidade.
O apêndice roto também pode permitir que as bactérias invadam acorrente sangüínea e produzam uma septicemia, que também é potencialmente letal.

Sintomas

Menos de metade dos indivíduos com apendicite apresenta a combinação de sintomas característicos: náusea, vômito e dor intensa na fossa ilíaca direita (região abdominal inferior direita). A dor pode iniciar subitamente na região abdominal superior ou em torno da cicatriz umbilical. A seguir, o indivíduo apresenta náusea acompanhada de vômito e ainda perda de apetite. Após algumas poucas horas, a náusea cessa e a dor localiza-se na fossa ilíaca direita.
Quando o médico pressiona essa área, ela dói, e quando a pressão é aliviada, a dor aumenta abruptamente (sinal da descompressão positivo ou sensibilidade de rebote). Uma febre de 37, 7 °C a 38, 3 °C é comum.
A dor, particularmente em lactentes e crianças, pode ser generalizada e não restrita à fossa ilíaca direita. Em idosos e gestantes, a dor normalmente é menos intensa e a área é menos sensível. No caso de ruptura do apêndice, a dor e a febre podem tornar-se intensas.
O agravamento da infecção pode levar ao choque séptico.

Diagnóstico e Tratamento

O hemograma revela um aumento moderado dos leucócitos (glóbulos brancos) (leucometria) em resposta à infecção.
Normalmente, nas fases iniciais da apendicite, a maioria dos exames (incluindo as radiografias, a ultrasonografia e a TC) não é útil. Comumente, o médico baseia o diagnóstico nos achados do exame físico. A cirurgia é imediatamente realizada para evitar a ruptura do apêndice, a formação de um abcesso ou a peritonite (inflamação do revestimento da cavidade abdominal). Em aproximadamente 15% das cirurgias de apendicite, o apêndice encontra-se normal.
Contudo, postergar a sua realização até o médico ter certeza da causa da dor abdominal pode ser fatal. Um apêndice infectado pode romperem menos de 24 horas após o início dos sintomas. Mesmo quando a apendicite não é a causa do quadro apresentado pelo paciente, o apêndice é normalmente retirado.
A seguir, o médico examina a cavidade abdominal e tenta determinar a causa real da dor.
Com a cirurgia precoce, a chance de óbito devido a uma apendicite é muito pequena.
O indivíduo comumente pode deixar o hospital em 2 a 3 dias e a sua recuperação é normalmente rápida e completa.
No caso de um apêndice roto, o prognóstico é mais grave. Há cinqüenta anos, a ruptura era freqüentemente fatal. Os antibióticos reduziram a taxa de mortalidade para quase zero, mas, em certos casos, podem ser necessárias várias operações e uma longa convalescença.

SAUDE NO FOCO