sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Resumo das alterações no protocolo de atendimento em RCP, novo método CAB.

1-Importante frisar que não houve mudança no que se diz respeito aos ciclos. Tudo continua na mesma.

O que devemos ter em mente é que a mudança se restringe a 2 pontos:1- Mudança na Atuação, ou seja, em caso se deparar com vítima em PCR, deve-se primeiro começar a RCP.
2- Não se faz mais a insuflação boca a boca. Isso quer dizer que não é PROIBIDO, não é mais RECOMENDADO.



Para ACE ( atendimento cardiovascular de emergência) o protocolo diz: CAB. Compressão, depois abertura de vias aéreas e em seguida respiração.

Vou aqui tentar esclarecer alguns pontos que causam dúvidas
A taxa de compressão continua 2x30, ou seja usando um ambú ou seja fazendo respiração artificial com uso de máscara de proteção. Uma das grandes dúvidas é onde se encaixa a questão das 100 compressões por minuto. Vale esclarecer que a expressão "No mínimo 100 compressões por minuto" refere-se a velocidade e não em compressão absoluta, ou seja, as 30 compressões serão feitas numa velocidade que ao final de um minuto, tenham sido feitas no mínimo 100 compressões.

No protocolo da AHA em 2005, a recomendação era de se fazer as compressões numa velocidade de no máximo de 100 por minuto.

Vamos dar um resumo de como se atuar nas ACE's:

1- Caso se depare com a vítima em PCR, e esteja sozinho, primeiramente peça por ajuda, solicitando que uma outra pessoa faça uma ligação para uma Central de Emergência, de preferência a do SAMU, pois com a devida entrevista, a Central deve de imediato enviar uma unidade ALFA, com médico.

2- Faça apenas compressões, não perca tempo tentando insuflar a vítima. Continue fazendo as compressões até a chegada da unidade de socorro;

3- Caso faça parte de uma equipe de socorro, o socorrista 01, verifica o pulso caratídeo, pois é esse pulso que se deve verificar em vítimas inconscientes, caso seja verificado PCR, inicia-se as compressões enquanto o socorrista 02 abre vias aéreas manualmente e prepara o ambú para já no segundo ciclo faça as 2 insulflações. A taxa será de 2 insulflações com o ambú e 30 compressões na velocidade

4- Na chegada de uma unidade avançada de socorro, a mesma fará uma abertura de via aérea avançada e a taxa será de 1 insuflação a cada 6 ou 8 segundos ASSÍNCRONAS com as 30 compressões na velocidade de 100 compressões no minuto por minuto. Caso a PCR seja chocável, ou seja, fibrilação ventricular ou uma taquicardia ventricular, deverá ser feito o uso do DEA, onde o mesmo será colocado na vítima e se o DEA reconhecer que a PCR seja chocável, o mesmo irá aplicar um choque a cada 2 minutos e nesse intervalo, o socorrista deverá manter as compressões e o suporte ventilatório.

5- GLOSSÁRIO:

ASSÍCRONAS: Que não está na mesma sincronia, ou seja, nesse caso, enquanto a compressão está rápida as insuflações não estão na mesma sincronia;

VIA AÉREA AVANÇADA: Via Aérea aberta através de método mecânico: intubador endotraqueal, cânula orofaríngea; Método Cirurgico: Traqueostomia e CRICOTIROIDOSTOMIA.


RESUMO DAS TAXAS

ADULTO: 2 INSUFLAÇÕES X 30 COMPRESSÕES, na velocidade de no mínimo 100 por minuto;
Com abertura de vias aéreas avançadas 1 insuflação a cada 6 ou 8 segundos x 30 compressões;

CRIANÇA: Mesma taxa de adulto.

RECÉM NASCIDO: Com 1 socorrista segue a mesma taxa de adulto e com 2 socorristas 2 insuflações x 15 compressões.

Fonte: American Heart Association
SAUDE NO FOCO

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

HIPOTIREOIDISMO TIROU RONALDO DO FUTEBOL?


Ontem dia 14/02/2011 nos despedimos de Ronaldo “o fenômeno” como ficou conhecido este craque da bola, indiscutivelmente um dos melhores jogados de área do Brasil nos últimos tempos, assim como Romário que também foi um gênio da pequena área encerrou a carreira alegando que o corpo não mais acompanha a mente no desempenho das jogadas, porém diferente de Romário, Ronaldo alega que o motivo principal e já conhecido é a dificuldade em entrar em forma, o craque nos últimos anos era motivo de chacota devido ao seu peso excessivo e inadequado para a profissão.
Em um trecho da entrevista de ontem ele atribui a dificuldade em diminuir o peso e até controlá-lo a uma doença conhecida como hipotireoidismo, abaixo descrevo a doença com seus sinais e sintomas, que até coincidem com os sintomas referidos pelo craque, porém se tratada a doença, o atleta pode executar atividades normais mesmo sendo de alto nível.
Hipotireoidismo é um distúrbio que cursa com a falta de hormônio da tireóide (“tireóide preguiçosa”). É a doença mais comum da tireóide. Ocorre mais freqüentemente em mulheres que em homens cerca de 4 / 1, é mais comum em pessoas de mais idade, e pode ter uma característica familial (atingir vários membros de uma mesma família).
Principais sinais e Sintomas do distúrbio
O hipotireoidismo pode ter vários sintomas, visto que os hormônios da tireóide são importantes para regular o funcionamento de praticamente todos os órgãos e sistemas do corpo. Quando os níveis de hormônios tireoidianos (T3 e T4) se tornam anormalmente baixos por algum motivo, todos os processos do corpo se tornam mais lentos. Por isso, os sintomas do hipotireoidismo incluem:
1.       cansaço excessivo;
2.       desânimo, ou até mesmo depressão;
3.       raciocínio lento;
4.       fala arrastada;
5.       sensação de frio excessivo;
6.       ganho de peso (geralmente, em torno de 3 a 5 Kg);
7.       pele seca e cabelos finos e quebradiços;
8.       inchaço nas pernas ou ao redor dos olhos;
9.       pouca sudorese;
10.    intestino preso e digestão lenta;
11.    irregularidade das menstruações (às vezes, sangramento excessivo);
12.    infertilidade;
13.    batimento lento do coração (menos que 60 batimentos por minuto);
14.    aumento do colesterol.
Esses sintomas não são exclusivos do hipotireoidismo. Ou seja, vários outros problemas de saúde podem causar sintomas bastante semelhantes aos do hipotireoidismo. Por isso, algumas vezes os sintomas são atribuídos a outras doenças que podem apresentar algumas manifestações semelhantes, tais como: anemia, depressão e deficiência de vitaminas, e o diagnóstico de hipotireoidismo pode ser feito anos após o início das queixas do paciente. Felizmente, hoje em dia os médicos conhecem melhor as características do hipotireoidismo e fazem o diagnóstico mais precocemente.
Quais são as causas do hipotireoidismo?
Nos adultos, a causa mais comum de hipotireoidismo é um distúrbio chamado tireoidite de Hashimoto, ou simplesmente doença de Hashimoto. Nessa doença, o sistema de defesa do organismo (sistema imunológico) ataca a glândula tireóide e causa dano a essa glândula, comprometendo a sua capacidade de produzir hormônios tireoidianos. Por isso, a doença de Hashimoto faz parte de um grupo de doenças chamadas auto-imunes.
O hipotireoidismo pode ser causado também por tratamentos médicos que reduzem a capacidade da tireóide produzir hormônio, como, por exemplo: o uso de iodo radioativo (para tratamento de hipertireoidismo, que é o oposto do hipotireoidismo) ou a cirurgia, com retirada parcial ou total da tireóide (para tratamento de outros problemas nessa glândula). Leia mais sobre hipertireoidismo clicando aqui.
Outra causa de hipotireoidismo, bastante rara, é a presença de alguma doença da hipófise, levando à redução da produção do TSH, o hormônio que estimula o funcionamento da tireóide. Algumas medicações também podem levar à redução da produção ou da ação dos hormônios tireoidianos e, portanto, provocar hipotireoidismo (por exemplo: amiodarona, xaropes para tosse contendo iodo, carbonato de lítio).
Há casos, ainda, em que a tireóide não se desenvolve adequadamente e a criança apresenta deficiência de hormônios tireoidianos desde o nascimento; é o chamado hipotireoidismo congênito, que geralmente é diagnosticado já no berçário através do teste do pezinho.

Quais as conseqüências do hipotireoidismo?
Em adultos, o hipotireoidismo (se não for tratado corretamente) leva a uma significativa redução da sua performance física e mental, além de poder causar elevação dos níveis de colesterol, que aumentam as chances de algum problema cardíaco. Além disso, o hipotireoidismo severo, sem tratamento, pode evoluir ao longo do tempo até uma situação dramática e com grande risco de vida, o chamado coma mixedematoso, que se apresenta como redução da temperatura corporal, perda de consciência e mau funcionamento do coração.
O diagnóstico de hipotireoidismo é especialmente importante quando é feito durante a gestação, pois a falta de hormônios tireoidianos pode afetar profundamente o desenvolvimento do bebê, provocando retardo mental e atraso do crescimento. No entanto, esses problemas para o bebê são prevenidos pelo tratamento precoce da mãe com a reposição de hormônio tireoidiano.

Como é feito o diagnóstico de hipotireoidismo?
Geralmente o diagnóstico é confirmado através de um simples exame de sangue. Os exames que ajudam no diagnóstico do hipotireoidismo são: a dosagem de TSH (que é um hormônio produzido pela hipófise, e que estimula o funcionamento da tireóide), e a dosagem de hormônios tireoidianos (T4 e T3).
Classicamente, o diagnóstico de hipotireoidismo é feito quando o paciente apresenta TSH aumentado e T4 baixo no sangue. Entretanto, em casos muito leves de hipotireoidismo, ou quando este está apenas no início, pode-se encontrar TSH aumentado com T4 normal. Ou seja, o nível de TSH aumenta antes que o nível de T4 caia abaixo do normal. Essa situação, em que o TSH está elevado com T4 normal, é chamada de hipotireodismo subclínico. Entre os dois exames de sangue, o TSH é o mais importante, já que o T4 pode variar mais de um dia para o outro ou de uma coleta para a outra; por isso o médico vai prestar mais atenção ao TSH do que ao T4 para fazer o diagnóstico de hipotireoidismo.
TIREÓIDE NORMAL
TSH e T4 normais
HIPOTIREOIDISMO INICIAL OU LEVE (SUBCLÍNICO)
TSH alto e T4 normal
HIPOTIREOIDISMO INSTALADO (CLÍNICO)
TSH alto e T4 baixo
Outro exame que pode trazer alguma informação é a dosagem de anticorpos contra a tireóide, que geralmente estão aumentados quando a causa de hipotireodismo é a doença de Hashimoto. Os anticorpos que podem ser dosados em laboratório são o anti-tireoperoxidase (ou anti-TPO) e o anti-tireoglobulina (ou anti-TG).
Como é tratado o hipotireoidismo?
O hipotireoidismo é a falta de hormônio tireoidiano. Portanto, o tratamento é feito com a reposição desse hormônio, na forma de comprimidos tomados por via oral. A medicação de escolha é a levotiroxina, que é uma forma farmacológica do hormônio T4. Depois do início da medicação, o paciente comumente leva cerca de 2 semanas para sentir uma melhora importante dos sintomas do hipotireoidismo (podendo ser um pouco mais em casos mais graves).
A levotiroxina deve ser tomada todos os dias, pela manhã, para reproduzir o funcionamento normal da tireóide. Um cuidado importante é tomá-la em jejum (no mínimo 30 minutos antes do café da manhã), porque a ingesta de alimentos junto com a medicação diminui muito a sua absorção pelo intestino e, portanto, a sua eficácia.
Existem várias marcas de levotiroxina no mercado brasileiro, e todas são igualmente efetivas. No entanto, pode haver pequenas diferenças de ação entre uma marca e outra. Por isso, quando uma pessoa começou a usar uma marca de levotiroxina, deve preferencialmente continuar com a mesma marca (a não ser que o médico resolva trocar a medicação por algum motivo). Outro cuidado importante com a levotiroxina é que ela não deve ser manipulada, porque os comprimidos contêm quantidades muito pequenas do hormônio tireoidiano e nem sempre as farmácias de manipulação conseguem colocar a quantia exata do hormônio dentro das cápsulas.
Na maioria das vezes, as pessoas que têm hipotireoidismo precisam fazer o tratamento com levotiroxina para o resto da vida, mas em alguns casos a tireóide volta a funcionar normalmente depois de alguns meses. Se, por algum motivo, a medicação precisar ser trocada, é importante checar os níveis de TSH com exames de sangue após a troca do remédio, para garantir que a dose está sendo adequada.
Existem comprimidos de levotiroxina com várias doses diferentes, disponíveis nas farmácias (25, 50, 75, 88, 100, 112, 125, 150, 175 e 200mcg). O ajuste da dose da medicação é feito com base nas dosagens de TSH, o qual deve ser mantido dentro dos valores normais se possível. Se as doses de levotiroxina estiverem muito baixas para as necessidades do paciente, este pode não sentir melhora dos sintomas do hipotireoidismo ou voltar a apresentá-los. Se as doses estiverem muito altas, o paciente pode desenvolver hipertireoidismo (excesso de hormônio tireoidiano), que leva, a longo prazo, a enfraquecimento dos ossos, funcionamento anormal do coração e arritmias cardíacas, entre outros problemas. (Leia mais sobre hipertireoidismo clicando aqui.)
A necessidade de levotiroxina pode flutuar ao longo do tempo, dependendo de fatores como: outras doenças, gravidez, menopausa e uso de outras medicações. Por essa razão, é recomendável que o paciente com hipotireoidismo seja acompanhado regularmente por um médico, com exames de TSH e ajuste da dose da medicação se necessária.

Então, quem tem hipotireoidismo é uma pessoa doente para a vida toda?
Pessoas com hipotireoidismo precisam fazer o tratamento correto, com o uso diário de levotiroxina na dose mais adequada para sua situação. Se estiverem usando a medicação regularmente, e dessa forma mantendo os níveis de TSH dentro dos valores normais, elas podem ter uma vida saudável, feliz e completamente normal.
No entanto, se o hipotireoidismo não for tratado corretamente, ele pode se tornar um problema sério de saúde, comprometer a capacidade da pessoa realizar suas tarefas e até mesmo representar um risco de vida em casos extremos.

                Em que casos uma pessoa deve fazer exames para avaliar a tireóide?
Nem todas as pessoas precisam fazer exames de sangue para avaliar se a tireóide está funcionando corretamente. O médico é quem determina se alguém precisa ou não fazer uma dosagem de TSH, mas existem algumas situações em que é necessária essa avaliação, como, por exemplo:
1.       sintomas sugestivos de hipotireoidismo ou hipertireoidismo;
2.       outras pessoas na família com doenças da tireóide;
3.       gravidez.
Alguns especialistas recomendam ainda que todas as mulheres com mais de 60 anos deveriam fazer pelo menos um exame de TSH, mesmo na ausência de sintomas, visto que o hipotireoidismo é muito comum nesse tipo de população, mas este ainda é um assunto controverso.
Adaptado de texto da The Hormone Foundation www.hormone.org
SAUDE NO FOCO



sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Curiosidade, O que fazer em casos de soluço

Resolvi escrever sobre esse tema que julgo curioso por envolver tanto a ciência quanto a crença popular que nos traz algumas soluções meio estranhas, mas que juram que resolvem esse desconfortável e às vezes inoportuno evento que atinge não só o homem, mas também alguns animais. Sendo assim vamos compreender esse evento.
O soluço resulta de um estímulo involuntário de músculos relacionados com a respiração, principalmente o diafragma (calota muscular que divide o tórax do abdômen), levando a uma inspiração rápida e curta, não sincronizada com o ciclo respiratório.

Na grande maioria das vezes o soluço causa não mais do que um desconforto com duração de poucos minutos. No entanto, certas vezes, os soluços podem permanecer por várias horas ou dias, levando a busca de atendimento médico.

Apesar de não haver um mecanismo conhecido para o início de um episódio de soluço, certas situações são descritas como causas corriqueiras de soluço.

Vejamos alguns exemplos :

• distensão gástrica pela ingesta de bebidas com gás (refrigerantes),

• deglutição de ar ou alimentação em grande volume,

• mudanças súbitas de temperatura de alimentos ingeridos ou mesmo da pele (sauna-ducha gelada),

• ingesta de álcool, e gargalhadas.

Situações de soluços persistentes ou recorrentes já foram relacionadas a mais de uma centena de causas.

Causas neurológicas:

• Traumatismo (acidentes de carro), acidente vascular cerebral ("derrame"), tumor cerebral.
Causas metabólicas:

• Insuficiência renal com altos níveis de uréia sangüínea, respiração rápida levando a diminuição de dióxido de carbono no sangue, excesso ou falta de íons (K, Na, por exemplo). Estímulo direto ao nervo vago: Objetos acidentalmente introduzidos no ouvido, aumento da tireóide, tumores no trajeto do nervo vago na cabeça, pescoço, tórax ou abdômen, pneumonias, infarto, esofagite, hepatites e pancreatites.

Causas cirúrgicas:

• Anestesia geral e estado pós-anestésico

Muitas vezes a causa do soluço não pode ser descoberta.
Algumas manobras podem ser úteis na resolução de quadros agudos e benignos de soluço. Entre elas estão a tração da língua, elevação da úvula ("sininho" da garganta) com uma colher, ingesta de uma colher de açúcar, trancar a respiração, assoar o nariz, dobrar as pernas sobre o abdômen, inspiração rápida (como ocorre quando levamos um susto) e alívio da distensão abdominal por eructação (arroto) ou sonda nasogástrica.

Quando o soluço chega a motivar procura de assistência médica, geralmente já está presente há pelo menos várias horas ou dias. Nesse caso, as causas acima mencionadas de soluço persistente devem ser investigadas.

A ordem da investigação será orientada pela presença ou não de sintomas concomitantes ao soluço que possam indicar uma causa.

A avaliação inclui um exame neurológico detalhado, seguido de exames básicos de sangue e radiografia de tórax. Não sendo encontrada a causa e permanecendo com o sintoma, a avaliação prossegue com tomografias de crânio, tórax e abdômen, ecocardiografia, broncoscopia e endoscopia digestiva.

Se uma causa é descoberta, o tratamento deve ser direcionado à causa. Se não é descoberta ou se o tratamento não é possível, certas medicações, geralmente de natureza sedativa podem ser usadas. Pela sua natureza, essas medicações sempre exigem avaliação específica do caso em questão e prescrição médica.

Seguem algumas dicas de Luciana Camacho-Lobato, chefe do setor de Motilidade Digestiva da Unifesp, para fazer o soluço parar:

• Beba água fria lentamente;

• Respire fundo e prenda o ar o máximo que puder;

• Faça gargarejos com água durante um ou dois minutos;

• Coma açúcar, miolo de pão, gelo moído ou uma fatia de limão;

• Respire repetidamente num saco de papel;

• Puxe sua língua para provocar reações de vômito;

• Coce o céu da boca com um cotonete de algodão;

• Erga os joelhos até o peito e incline-se;

• Tome o bom e velho susto! Parece crendice popular, mas funciona.

NOTA: Comente o que achou do post e se acaso utilizou alguma das técnicas mencionadas e se foram eficazes.

SAUDE NO FOCO





segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

APENDICITE


A apendicite é inflamação do apêndice.
O apêndice é uma pequena estrutura tubular em forma de dedo que se projeta do intestino grosso próximo do ponto onde este une-se ao intestino delgado. O apêndice pode ter alguma função imune não muito bem descrita em literaturas, acredita-se que sua função imune seja pequena a ponto de não ser tido como órgão essencial.
Com exceção das hérnias encarceradas, a apendicite é a causa mais comum de dor abdominal súbita e intensa e de cirurgia abdominal nos Estados Unidos. A apendicite é mais comum entre os 10 e 30 anos de idade.
A causa da apendicite não é totalmente compreendida. Na maioria dos casos, é provável que uma obstrução no interior do apêndice desencadeie um processo no qual ele torna-se inflamado e infectado.
Se a inflamação persistir sem tratamento, o apêndice pode romper. Um apêndice roto permite o extravasamento do conteúdo intestinal rico em bactérias para o interior da cavidade abdominal, causando a peritonite, a qual pode acarretar uma infecção potencialmente letal.
A ruptura também pode provocara formação de um abcesso. Na mulher, podem ocorrer infecção dos ovários e das tubas uterina se a conseqüente obstrução das tubas uterinas pode causar infertilidade.
O apêndice roto também pode permitir que as bactérias invadam acorrente sangüínea e produzam uma septicemia, que também é potencialmente letal.

Sintomas

Menos de metade dos indivíduos com apendicite apresenta a combinação de sintomas característicos: náusea, vômito e dor intensa na fossa ilíaca direita (região abdominal inferior direita). A dor pode iniciar subitamente na região abdominal superior ou em torno da cicatriz umbilical. A seguir, o indivíduo apresenta náusea acompanhada de vômito e ainda perda de apetite. Após algumas poucas horas, a náusea cessa e a dor localiza-se na fossa ilíaca direita.
Quando o médico pressiona essa área, ela dói, e quando a pressão é aliviada, a dor aumenta abruptamente (sinal da descompressão positivo ou sensibilidade de rebote). Uma febre de 37, 7 °C a 38, 3 °C é comum.
A dor, particularmente em lactentes e crianças, pode ser generalizada e não restrita à fossa ilíaca direita. Em idosos e gestantes, a dor normalmente é menos intensa e a área é menos sensível. No caso de ruptura do apêndice, a dor e a febre podem tornar-se intensas.
O agravamento da infecção pode levar ao choque séptico.

Diagnóstico e Tratamento

O hemograma revela um aumento moderado dos leucócitos (glóbulos brancos) (leucometria) em resposta à infecção.
Normalmente, nas fases iniciais da apendicite, a maioria dos exames (incluindo as radiografias, a ultrasonografia e a TC) não é útil. Comumente, o médico baseia o diagnóstico nos achados do exame físico. A cirurgia é imediatamente realizada para evitar a ruptura do apêndice, a formação de um abcesso ou a peritonite (inflamação do revestimento da cavidade abdominal). Em aproximadamente 15% das cirurgias de apendicite, o apêndice encontra-se normal.
Contudo, postergar a sua realização até o médico ter certeza da causa da dor abdominal pode ser fatal. Um apêndice infectado pode romperem menos de 24 horas após o início dos sintomas. Mesmo quando a apendicite não é a causa do quadro apresentado pelo paciente, o apêndice é normalmente retirado.
A seguir, o médico examina a cavidade abdominal e tenta determinar a causa real da dor.
Com a cirurgia precoce, a chance de óbito devido a uma apendicite é muito pequena.
O indivíduo comumente pode deixar o hospital em 2 a 3 dias e a sua recuperação é normalmente rápida e completa.
No caso de um apêndice roto, o prognóstico é mais grave. Há cinqüenta anos, a ruptura era freqüentemente fatal. Os antibióticos reduziram a taxa de mortalidade para quase zero, mas, em certos casos, podem ser necessárias várias operações e uma longa convalescença.

SAUDE NO FOCO

segunda-feira, 1 de novembro de 2010


MENORRAGIA ou PERÍODOS DE SANGRAMENTO ABUNDANTES
ou HEMORRAGIA MENSTRUAL EXCESSIVA

Prezados por solicitação de algumas colegas fiz esta pesquisa para fornecer informações sobre esse assunto tão complexo e desagradável que embora considerado inconveniente por algumas mulheres, não deve causar-lhes transtornos de ordem orgânica. Porém às vezes ocorrem alguns distúrbios com sintomas variados, que requerem atenção imediata.

Definição de “menorragia”

A menorragia é o tipo mais comum de hemorragia uterina anómala. Caracteriza-se por hemorragia excessiva e prolongada.
Como a quantidade de sangue que se perde durante um período menstrual varia de mulher para mulher, é difícil definir exactamente o que é um período abundante. Mas a maioria das mulheres geralmente sabe a quantidade de sangue que é normal perder durante a menstruação e quando essa quantidade é excessiva.

Por exemplo, quando é necessário utilizar um número demasiado elevado de tampões ou pensos higiénicos, ou quando se mancha de sangue a roupa ou os lençóis, pode tratar-se de uma perda de sangue excessiva durante a menstruação. Ou mais concretamente: a perda de sangue média num ciclo menstrual normal é aproximadamente 2 a 3 colheres de sopa (30-40 ml) durante cinco dias, mas pode prolongar-se até 8 dias, considerando-se que 5-6 colheres de sopa (aproximadamente 80 ml) ou mais podem indicar menorragia. A maior parte da perda de sangue (90%) ocorre geralmente nos primeiros 3 dias dos períodos normais ou abundantes.
Uma hemorragia menstrual intensa não significa necessariamente a existência de um problema sério, mas em certos casos pode ser tão abundante e contínua que perturba as actividades diárias.
Outros tipos de hemorragia uterina anómala incluem:
  • Metrorragia: hemorragia não menstrual irregular entre os períodos menstruais
  • Polimenorreia: períodos menstruais demasiado frequentes
  • Hemorragia pós-menopausa: hemorragia que ocorre mais de 6 meses após o último período menstrual normal na menopausa.

Frequência da menorragia

A menorragia é uma queixa comum:
  • uma em cada três mulheres descreve os seus períodos como abundantes
  • uma em cada vinte mulheres entre os 30 e os 49 anos consulta o médico uma vez por ano devido a períodos abundantes e problemas menstruais
  • É a segunda patologia ginecológica mais referenciada para os hospitais, representando 12% de todos casos ginecológicos.

Sintomas da menorragia

Os sinais e sintomas de menorragia podem ser os seguintes:
  • um ou mais tampões ou pensos higiénicos encharcados de sangue menstrual por hora durante várias horas consecutivas
  • Necessidade de usar pensos e tampões para absorver o fluxo menstrual
  • Necessidade de mudar de protecção higiénica durante a noite
  • Períodos menstruais superiores a sete dias
  • Grandes coágulos de sangue no fluxo menstrual
  • Dores e/ou cólicas na região inferior do abdómen durante os períodos menstruais
  • Fadiga, dificuldade de respiração e desfalecimento acompanhados de anemia por carência de ferro

Diagnóstico de menorragia

Se os períodos menstruais forem considerados anómalos e perturbarem a qualidade de vida, é aconselhável consultar um médico. Após indagar sobre o estado geral de saúde, a história clínica e a ocorrência dos sintomas acima descritos, o médico faz um exame físico para detectar pólipos ou dilatação do útero. Pode recomendar um ou mais testes ou procedimentos como:
  • Análises de sangue: colhe-se uma amostra de sangue para detectar uma possível anemia causada pela hemorragia excessiva, uma doença da tiróide, uma anomalia da coagulação sanguínea ou menopausa.
  • Teste de Papanicolaou: colhe-se uma amostra de células do colo do útero e examina-se ao microscópio para detectar infecção, inflamação ou alterações que sejam cancerosas ou conduzam ao cancro.
  • Colheita de amostras do endométrio (biópsia): colhe-se uma pequena amostra de tecido do interior do útero para exame ao microscópio e detecção da presença de células anómalas.
  • Ecografia: este método produz imagens do útero, dos ovários e da pélvis e normalmente consegue detectar miomas (tumores não cancerosos), pólipos (tumores benignos) e outras alterações estruturais do útero.
Dependendo dos resultados dos testes acima mencionados, podem ser realizados mais testes, incluindo:
  • Sonohisterografia: após injecção de líquido no útero com um tubo através da vagina e do colo do útero, esta ecografia permite detectar problemas no revestimento uterino como miomas ou pólipos no interior do útero e algumas formas de cancro.
  • Histeroscopia: Consiste na introdução de um pequeno tubo com uma luz no útero através da vagina e do colo do útero para observar o interior do útero.
  • Dilatação e curetagem: dilata-se o colo do útero e introduz-se no útero um instrumento em forma de colher chamado curete para raspar uma amostra de tecido do revestimento uterino que será examinada em laboratório. Este procedimento realiza-se sob anestesia e hoje em dia é muito menos utilizado porque regra geral os testes acima mencionados são suficientes.

Causas da menorragia

  • Dispositivos intrauterinos para controlo da natalidade.
  • Desequilíbrio hormonal dos níveis de estrogénio e progesterona. Estas duas hormonas regulam o crescimento do revestimento uterino que se elimina durante a menstruação. Em caso de desequilíbrio, o revestimento desenvolve-se excessivamente e pode ser expelido sob a forma de uma hemorragia menstrual abundante. Este desequilíbrio ocorre principalmente nos primeiros períodos menstruais das adolescentes e nos das mulheres que se aproximam da menopausa.
  • Disfunção dos ovários como falta de ovulação. Pode causar desequilíbrio hormonal e, consequentemente, períodos abundantes.
  • Elevados níveis de prostaglandinas (substâncias químicas que ajudam a controlar as contracções musculares no útero). Podem afectar a coagulação do sangue no útero.
  • Elevados níveis de endotelinas (substâncias químicas que ajudam os vasos sanguíneos a dilatar). Podem contribuir para hemorragia excessiva.
  • Endometriose. Ocorre quando o revestimento do útero se liga à pélvis, ao estômago ou a outros órgãos do corpo.
  • Doença inflamatória pélvica. E uma infecção contínua da pélvis.
  • Fibromas uterinos (tumores não cancerosos que se desenvolvem nos músculos do útero). Podem causar períodos abundantes ou mais prolongados.
  • Gravidez anormal (ectópica, aborto espontâneo)
  • Infecções, tumores ou pólipos do colo ou cavidade uterina.
  • Distúrbios da coagulação ou das plaquetas sanguíneas.
  • Doença hepática, renal ou tiroidiana.
  • Doença ovariana policística.
  • Doenças supra-renais e hiperprolactinemia (níveis sanguíneos aumentados da hormona prolactina)
  • Cancro do útero, dos ovários ou do colo do útero. É uma causa pouco comum, que ocorre num pequeno número de mulheres, normalmente a partir dos 40 anos de idade.
  • Tuberculose do revestimento uterino.
  • Quimioterapia para o tratamento do cancro.
  • Alguns fármacos (como os anticoagulantes ou alguns anti-inflamatórios não esteróides). Podem interferir com a coagulação sanguínea.
  • Mulheres obesas. Têm maior probabilidade de menstruações abundantes do que as de peso médio.

Complicações da menorragia

Anemia por carência de ferro em mais de 50% das mulheres que têm hemorragias excessivas. O sangue apresenta-se com um baixo nível de hemoglobina, uma substância que permite aos glóbulos vermelhos transportar oxigénio para os tecidos. O nível baixo de hemoglobina pode resultar da carência de ferro, já que a menorragia reduz drasticamente os níveis de ferro, com sinais e sintomas de palidez, debilidade e fadiga e, nos casos graves, dificuldades respiratórias, aceleração da frequência cardíaca, tonturas e cefaleias.

Tratamento da menorragia

Um diário menstrual durante alguns períodos pode ser útil para avaliar a quantidade de sangue menstrual antes e depois de qualquer tratamento, registando durante cada período quantos tampões ou pensos higiénicos são necessários por dia e o número de dias de hemorragia. A ocorrência de fluxos excessivos, sintomas ou interrupção das actividades normais também deve ser anotada. Estes diários podem ser disponibilizados pelo médico ou “feitos em casa”. São úteis tanto para a doente como para o médico na medida em que permitem avaliar a gravidade dos sintomas e se é necessário tratamento, bem como verificar, se for iniciada uma terapêutica, se esta é eficaz.
Tratamento conservador
  • Medidas de carácter geral
    • Repouso, se a hemorragia for excessiva e perturbar as actividades diárias normais.
    • Evitar fármacos que interfiram com a coagulação sanguínea (anticoagulantes e alguns anti-inflamatórios não esteróides).
  • Medidas terapêuticas
    • Tratamentos orais
      • Os fármacos anti-hemorrágicos ou hemostáticos de origem sintética reduzem o volume e a duração da perda de sangue menstrual excessiva, actuando na primeira fase da hemostase e melhorando a adesividade plaquetária e restabelecendo a resistência capilar, mas sem interferirem com a coagulação sanguínea
      • Os anti-inflamatórios não esteróides ajudam a reduzir a perda de sangue menstrual e aliviam as cólicas dolorosas ao diminuir a produção, pelo corpo, da substância hormonal prostaglandina que causa hemorragia excessiva, mas como alguns deles podem interferir com a coagulação sanguínea, só devem ser tomados os que forem prescritos pelo médico.
      • Os fármacos anti-fibrinolíticos reduzem a hemorragia ao prevenirem a fibrinólise e, portanto, a decomposição de coágulos de sangue no revestimento uterino.
      • Os contraceptivos impedem a ovulação e reduzem a hemorragia menstrual excessiva ou prolongada.
      • A progesterona ajuda a corrigir o desequilíbrio hormonal e a reduzir a hemorragia menstrual excessiva ao prevenir o crescimento rápido do revestimento uterino
      • Se o quadro patológico for acompanhado de anemia, recomendam-se suplementos de ferro.
    • Tratamentos tópicos
      • Dispositivo intra-uterino que liberta levonorgestrel : insere-se no útero um pequeno dispositivo de plástico que liberta lentamente a hormona progestogénio. Esta impede que o revestimento do útero se desenvolva rapidamente e também actua como contraceptivo
    • Tratamentos injectados ou implantados
      • Progestogénio: Este fármaco, que actua como uma hormona, administrado em injecção ou implante impede o desenvolvimento rápido do revestimento uterino e também tem acção contraceptiva.
      • Hormona análoga que liberta gonadotrofina: é injectada para impedir a produção das hormonas estrogénio e progesterona pelo corpo e a ocorrência do ciclo menstrual.
Terapêutica de intervenção
  • Dilatação e curetagem: dilata-se o colo do útero e introduz-se no útero um instrumento em forma de colher, chamado curete, para raspar tecido do revestimento uterino e reduzir a hemorragia menstrual.
  • Histeroscopia cirúrgica: insere-se no útero um pequeno tubo com uma luz através da vagina e do colo do útero para observar o interior do útero e ajudar a remover os pólipos responsáveis pela hemorragia menstrual excessiva.
  • Ablação endometrial: a maior parte do revestimento (endométrio) do útero é destruída por energia ultrassónica. Diminui a capacidade de engravidar.
  • Resecção do endométrio: utiliza-se um laço de arame electrocirúrgico para remover o revestimento (endométrio) do útero. Diminui a capacidade de engravidar
  • Histerectomia: O útero e o colo do útero são removidos permanentemente por cirurgia. Depois deste procedimento não é possível engravidar.
SAÚDE NO FOCO

sábado, 25 de setembro de 2010

GRAVIDEZ ECTÓPICA


A gravidez ectópica, ou tubária, caracteriza-se por uma gestação que ocorre fora da cavidade uterina. Em uma a cada 300 gestações pode ocorrer uma gravidez tubária e não é raro ocorrer aborto espontâneo entre dois e três meses após a fecundação.
Pode ser por conseqüência de eventos inflamatórios ou anomalias nas trompas e/ou útero, sendo mais frequênte a ocorrência nesta primeira região citada. O uso de determinados fármacos, de DIU e drogas; curetagens; laqueadura; endometriose; idade da gestante; e doenças, como clamídia, são os principais fatores que podem criar tais condições alem de:

• Fatores mecânicos, como as causas inflamatórias e suas conseqüências, os tumores ou anormalidades do desenvolvimento das trompas e as cirurgias sobre as trompas;
• Fatores funcionais, que agem diminuindo a motilidade das trompas. Incluem o fumo;
• O próprio processo de envelhecimento e drogas hormonais como as indutoras da ovulação e a progesterona usada em mini-pílulas, a pílula do dia seguinte e o DIU contendo progesterona.



Como se desenvolve?
A grande maioria das gestações ectópicas ocorre nas trompas. Na maior parte das vezes se localiza nas porções distais, principalmente na ampola.
A gravidez ectópica geralmente sofre interrupção (ruptura) entre 6 e 12 semanas, dependendo do local onde está implantada, sendo tanto mais precoce quanto menor o calibre da luz tubária do segmento em que estiver implantada.

Diagnóstico
A gravidez ectópica pode representar uma emergência cirúrgica, portanto seu diagnóstico precoce é essencial. Na gravidez ectópica não interrompida, a paciente pode não ter sintomas ou ter sintomas mínimos.
Alguns exames podem ser realizados para diferenciar a gestação ectópica de outras doenças, tais como ameaça de aborto, gestação normal, infecções das trompas, apendicite, cisto de ovário torcido.
Os exames comumente solicitados são testes para confirmar a gravidez, exames de sangue para determinar a perda sanguínea e a presença de infecção e a ecografia pélvica transvaginal.
Podem ser necessários outros exames como a punção do fundo de saco vaginal com agulha grossa para determinar a presença de sangue dentro da cavidade abdominal e a realização de uma laparoscopia diagnóstica.
Os principais sinais e sintomas são:

• Atraso menstrual seguida por sangramento vaginal anormal
• Dor pélvica ou abdominal de intensidade variável
• Presença de massa palpável dolorosa em região abdominal foco dos anexos (trompas e ovários).

Quando ocorre ruptura da gravidez ectópica, há uma hemorragia importante para dentro da cavidade abdominal, com a ocorrência de dor abdominal de intensidade variável, de tonturas, dor no pescoço, ombro e desmaio.

Tratamento
O tratamento pode ser expectante naqueles casos onde a gravidez ectópica se localiza na trompa e ainda não rompeu, mede menos de 4 cm, não se constata a presença de batimentos cardíacos fetais e os níveis hormonais estão diminuindo.
O tratamento cirúrgico, que em alguns casos pode ser conservador, preserva a trompa e geralmente é realizado por laparoscopia, sendo a laparotomia uma medida muitas vezes salvadora em uma paciente com comprometimento hemodinânico (porque já houve sangramento importante para dentro da cavidade abdominal - sangramento oculto).

Prevenção
A prevenção da gravidez ectópica inclui fundamentalmente o tratamento das doenças sexualmente transmissíveis, o uso de métodos anticoncepcionais adequados e a prática de sexo seguro.
SAÚDE NO FOCO

domingo, 19 de setembro de 2010

Pré-eclâmpsia


Durante o período de reprodução, a mulher grávida esta sujeita a uma série de riscos a afecções inerentes à condição gravídica. Dentre essas afecções a pré-eclâmpsia têm sido uma das mais sérias e mais comuns da gravidez.
A pré-eclâmpsia é um problema grave, marcado pela elevação da pressão arterial, que pode acontecer a qualquer momento da segunda metade da gravidez, ou seja, a partir de 20 semanas. Os especialistas acreditam que ele seja causado por deficiências na placenta, o órgão que nutre o bebê dentro do útero. A pré-eclâmpsia afeta uma em cada 14 gestações.
Se a pressão da grávida subir muito, é possível que necessite de ser internada e receba medicamentos para controlar a pressão (que não prejudicarão o bebê). O bebê também será monitorado, e a qualquer sinal de que ele não está crescendo como deveria ou que o volume de líquido amniótico esteja diminuindo, ou ainda se o seu estado piorar, o médico vai sugerir a realização do parto, mesmo que antes da hora, por cesariana ou indução do parto normal.

Sintomas

• Dor de cabeça persistente
• Dor do lado direito (sob as costelas)
• Visão embaçada
• Inchaço repentino dos pés e das mãos
• Vômitos
• Perturbações digestivas e nervosas

• Pré-eclâmpsia leve
Pressão sistólica – 140 mmHg ou aumento de 30 mmHg
Pressão diastólica – 90 mmHg ou aumento de 15 mmHg

• Pré-eclâmpsia grave
Pressão sistólica – 160 mmHg
Pressão diastólica – 120 mmHg

Há pessoas mais propensas à Pré-eclâmpsia

Embora a causa exata da pré-eclâmpsia não seja conhecida, já foram definidos fatores de risco. A probabilidade é maior na primeira gravidez ou quando há um espaço de pelo menos dez anos entre duas gestações. Também elevam o risco:

• Idade acima de 40 anos

• Obesidade antes da gravidez, com um IMC de 35 ou mais

• Problema crônico de saúde que afete o sistema circulatório, como hipertensão, lúpus, problemas renais ou diabete

• Gravidez de gêmeos ou mais

• Histórico familiar de pré-eclâmpsia (a mãe ou a irmã tiveram)

• Diagnóstico anterior de pré-eclâmpsia -- uma em cada cinco mulheres apresenta o problema de novo

• Se o parceiro for diferente entre uma gravidez e outra, a mulher volta a ter risco como se fosse uma primeira gestação, mesmo que não tenha apresentado pré-eclâmpsia.


Riscos

A pré-eclâmpsia pode ser leve ou grave, e pode afetar vários sistemas do corpo. Como ela reduz o fluxo de sangue para a placenta, é perigosa para o bebê, restringindo o crescimento dele. Além disso, se a pré-eclâmpsia evoluir para a eclâmpsia, a pressão arterial subirá demais, colocando tanto mãe quanto o bebê em grande risco. A ocorrência também fica mais restrita a primeira gravidez e, embora a gestante possa desenvolver a pré-eclâmpsia mesmo que nunca tenha tido problemas de hipertensão antes, sendo maior risco se já tinha problemas de pressão alta antes da gravidez ou se há casos em sua família.


Prevenção


A pré-eclâmpsia é relativamente rara e embora não há exatamente como se prevenir, o que a gestante pode fazer é assegurar que estar tendo bons cuidados pré-natais para detectar o problema ainda nos primeiros estágios e receber um tratamento. Sendo que os testes de urina e de pressão ao longo da gravidez é para detectar problemas como este.


Tratamento

Leva-se em consideração a idade gestacional (tempo de gestação) e a gravidade da pré-eclâmpsia (leve, grave) para que se escolha a conduta mais adequada. O tratamento definitivo é a interrupção da gestação, entretanto algumas vezes é possível aguardarmos o amadurecimento do feto para realizar o parto.

• Pré-eclâmpsia leve com feto a termo:
Interrupção da gestação e indução do parto, se possível

• Pré-eclâmpsia leve com feto prematuro:

Repouso, controle de pressão arterial, avaliação fetal e exames seriados visando identificação da piora do quadro.

• Pré-eclâmpsia grave com feto a termo:

Equilibrar condições maternas, se necessário e após interromper a gestação.

• Pré-eclâmpsia grave com feto prematuro:

Avaliação materna e do bem estar fetal seriada, uso de corticosteróides para ajudar o amadurecimento do pulmão fetal e interromper a gestação.
A única “cura” para a pré-eclâmpsia é o nascimento do bebê.

Depois que o bebê nascer

Depois do parto, a pressão arterial normalmente volta ao normal, mas pode ser que leve semanas para isso acontecer, e o inchaço nas mãos e nos pés também pode permanecer por algum tempo. Nas primeiras 48 horas depois do parto a pressão da paciente será monitorada de perto, e será preciso dar atenção à questão da pressão por algum tempo depois que a mesma for para casa.


Ações de enfermagem


A assistência de enfermagem à mulher em pré-eclâmpsia pode ocorrer em vários momentos. Em primeiro lugar deve-se atentar para a prevenção da doença, momento que ocorre durante o pré-natal da gestante. Para Kahhale e Zugaib (1995) a prevenção deve ser entendida em três momentos: prevenção primária onde se prioriza a ocorrência da doença; prevenção secundária, quando todos os esforços são dirigidos para reverter, cessar ou retardar o aparecimento clínico da pré-eclâmpsia; ainda, é considerada prevenção terciária para tratamento da doença instalada, visando evitar sua evolução para as formas mais graves e suas complicações.
A pré-eclâmpsia devidamente tratada quase sempre pode ser controlada a fim de não progredir para convulsão. A assistência a gestante tem grande responsabilidade quanto ao prévio reconhecimento e tratamento dos sintomas como também as instruções às pacientes em relação aos sinais e sintomas presentes que devem ser imediatamente informados.
Elaborado pelos alunos do CETEC-Linhares, gentilmente cedido para o SAÚDE NO FOCO.
ALEXANDRA DE JESUS SILVA
MARCO ANTÔNIO SCHIMILT
PRISCYLA AMORIM MIRANDA
RHIENNE KELLER SCHULZ SILVA
ROSIANE COLODETTI
VINICIUS RODRIGUES FERREIRA FERRETTI
VALKIRIA CESTARI